BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o prazo de 48 horas para que a defesa de Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, preste informações sobre vídeo em que afirma que foi para a Argentina.
Na gravação, divulgada pela emissora Massa FM Cascavel (PR), na quarta-feira (26), o primo dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro diz que deixou o país há mais de 20 dias, com uma permissão que precisa ser renovada a cada três meses. Ele alega que foi buscar asilo no país comandado por Javier Milei, aliado político do ex-presidente brasileiro, que na quarta-feira (26) virou réu por tentativa de golpe de Estado, com sete aliados.
Léo Índio é réu por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e responde pelos crimes de associação criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
"Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Leonardo Rodrigues de Jesus para que prestem esclarecimentos, no prazo de 48 horas, sobre as notícias de que o réu teria se evadido do país", afirma Moraes.
Leo Índio não está proibido de deixar o país, mas é alvo de outras medidas cautelares, como bloqueio de perfis nas redes sociais e de contas bancárias.
Eleito suplente de vereador em Cascavel (PR) em 2024, Léo Índio também declarou, no vídeo, ter medo de ser preso e alegou ser vítima de "perseguição política"
O primo dos filhos de Bolsonaro cobrou ainda a aprovação do projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de janeiro e criticou o PL, partidos de direita e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Na gravação, ele acusa que nem os partidos nem Motta priorizam o PL da Anistia para os apoiadores de Bolsonaro que estão sendo julgados pela invasão e destruição de prédios públicos no 8 de janeiro.
Nesta quinta-feira (27), a Primeira Turma do STF formou maioria para negar um recurso da defesa e manter a decisão, de fevereiro, de abrir uma ação penal contra ele.