O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) rebateu, nesta segunda-feira (2), teorias da conspiração espalhadas nas redes sociais e em sites críticos à Corte que sugerem que ele é alvo de chantagem do ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu por ter participado de uma orgia em Cuba. A reação de Barroso, que chamou o conteúdo de "ridículo", veio em palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Na ocasião, ele afirmou que o combate à desinformação precisa ser feito para a segurança das instituições brasileiras.
"É preciso enfrentar os comportamentos criminosos. Você não pode vender arma na internet. Você não pode fazer apologia do nazismo, você não pode convocar para atacar as instituições, você não pode fazer apologia da pedofilia. Portanto, é inevitável você regular alguns conteúdos e combater a desinformação maldosa, maliciosa e que pode fazer mal às pessoas", disse ele.
Ao abordar os boatos sobre uma chantagem feita por Dirceu, ele ironizou quem acredita no conteúdo, que tem milhões de acessos.
"Tem um conteúdo de desinformação que é quase folclórico, quando beira o ridículo. Tem uma que circula sobre mim de que eu sou chantageado pelo ex-ministro José Dirceu porque participamos juntos de uma orgia em Cuba. Vocês não vão acreditar. Tem milhões de acessos. Milhões de acessos. Eu gostaria de dizer, para quem se interessa pela verdade, que eu nunca fui a Cuba. Eu não sou dado a orgias e não tenho nenhum tipo de contato com o ex-ministro José Dirceu. Mas isso circula como se fosse uma verdade. Mas isso está mais para o bizarro, para o ridículo do que para o perigoso", afirmou.
Barroso ainda citou outro boato espalhado em redes sociais que o liga às embaixadas da China e da Coreia do Norte em um plano para derrubar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Tem uma outra que diz que eu, o ministro Alexandre de Moraes e um advogado de Brasília conspiramos com as embaixadas da China e da Coreia do Norte para derrubar o presidente. Milhões de acessos. E olha que meu coreano está bem enferrujado. Portanto, assim, são coisas totalmente bizarras, mas há outras que são perigosas, como você conclamar a população para invadir o Supremo e tirar os ministros de lá à força. Isso não é ridículo. Isso é perigoso. É perigoso para as instituições, é perigoso para a democracia", afirmou.
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