Olho vivo

Governo de SP se compromete com a Barroso a usar câmeras em operações da PM

Edital de compra dos equipamentos deve ser publicado em maio com previsão de implementação gradual até setembro de 2024

Por Hédio Júnior
Publicado em 24 de abril de 2024 | 13:37
 
 
 
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O Governo do Estado de São Paulo se comprometeu com o Supremo Tribunal Federal (STF) a implementar gradualmente, até setembro de 2024, o uso de câmeras corporais nos fardamentos dos policiais durante as operações da Polícia Militar (PM). O acordo foi feito com o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma ação sobre o assunto que tramita no tribunal. 

O pedido de implementação dos equipamentos havia sido feito pela Defensoria Pública de São Paulo depois que o Tribunal de Justiça do estado rejeitou, em 2023, a obrigatoriedade do equipamento alegando o alto custo aos cofres públicos estaduais. O orçamento previsto com a compra e adaptação das câmeras de segurança seria de R$ 300 milhões a R 1 bilhão. 

A Defensoria Pública, então, recorreu ao STF, mas Barroso negou ordenar a instalação de imediato por questões orçamentárias. Ele, no entanto, ressaltou a necessidade da implementação do equipamento. O órgão estadual de defesa dos direitos individuais e coletivos apresentou ao ministro um pedido de reconsideração ao ministro embasado no aumento da letalidade nas operações policiais em São Paulo. 

O presidente do STF solicitou informações ao governo estadual, que enviou um cronograma de instalação, com publicação do edital de compra em maio. Por isso, o pedido voltou a ser negado em razão do compromisso assumido, mas com a garantia de que o Núcleo de Processos Estruturais e Complexos do Tribunal fará acompanhamento do cronograma.

De acordo com Luís Roberto Barroso, as câmeras corporais acopladas nos fardamentos dos militares beneficiam não só a população, como a corporação policial e o próprio Poder Judiciário. 

“Os equipamentos protegem tanto cidadãos quanto os próprios policiais, já que coíbem abusos nas operações, protegem policiais de acusações infundadas e incentivam a adoção de comportamentos mais adequados por ambas as partes. Além disso, a medida amplia a transparência, a legitimidade e a responsabilidade da atuação policial e serve como importante meio de prova em processos judiciais”, justificou o ministro. 

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