A Justiça Federal rejeitou recurso e absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB) em denúncia de corrupção envolvendo o parlamentar mineiro e o executivo Joesley Batista, autor da denúncia. A sentença, desta quinta-feira (27), confirma decisão anterior da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, de março de 2022, que já havia inocentado o deputado da acusação feita em 2017 pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A denúncia contra Aécio foi feita após uma gravação entregue pelo próprio Joesley Batista ao Ministério Público, em delação premiada na Operação Lava Jato. Segundo a denúncia, o montante pago ao deputado, na época senador, chegaria a R$ 2 milhões. As negociações irregulares envolveriam a simulação de compra de imóveis. Contudo, para os juízes, ficou comprovado que não houve fraude nas negociações imobiliárias entre Aécio e Joesley.
Em um comunicado divulgado à imprensa, o ex-governador e ex-senador de Minas comemorou a inocência, mas lamentou que os danos pessoais e políticos decorrentes da denúncia não possam ser compensados.
“Há seis anos, alguns agentes públicos que deveriam garantir a aplicação da lei e fazer justiça se auto proclamaram justiceiros e passaram a acusar aqueles que consideravam adversários e seriam obstáculos a seu projeto de poder. Eu sei o que eu, minha família e aqueles que confiavam no meu trabalho sofreram ao longo de todos esses anos. Os ataques, as ofensas, as acusações torpes e vis vinham de todos os lados. Não havia espaço para a verdade”, afirma.
De acordo com Aécio, a intenção das denúncias não era atingir somente ele, mas um projeto político. "Atingiram um ousado projeto de centro reformista que eu encarnava ao lado de tantos brasileiros, e isso nos levou a todos os tristes episódios do nosso passado recente", afirma.
A investigação completou seis anos. A absolvição dada pelo juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, também beneficiou a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima. Todos beneficiados novamente na decisão que rejeitou recurso e beneficiou Aécio.
"A conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR", diz um trecho da decisão.