"Lamentável e vergonhoso", disse vereador Cleiton Xavier sobre caso Léo Burguês

O vereador de Belo Horizonte, Cleiton Xavier (PMN), classificou de "lamentável" e "vergonhoso" o recente episódio envolvendo o vereador Léo Burguês (União Brasil), indiciado por peculato, corrupção passiva e ativa, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo Cleiton Xavier, os vereadores da capital devem aprovar, nesta quarta-feira (8/2), a abertura de processo de cassação do colega após indiciamento pela Polícia Civil.

"Essa denúncia é lamanetável. Nos últimos 15 anos, amargamos a Câmara como protegonista dos assuntos nas páginas policiais", assinalou Cleiton Xavier, que disse ser favorável à abertura da comissão processante. A abertura do processo de cassação do vereador Léo Burguês, para ser aprovada, precisa de 21 votos de 40 vereadores, exceto o do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), que não vota. Cleiton Xavier lembrou que o próprio Burguês disse que votará pela abertura do processo de cassação para ter amplo direito à defesa.

Xavier não acredita na hipótese de renúncia por parte de Burguês por ele ter se declarado inocente das acusações. Em casos anteriores de denúncias envolvendo vereadores, a renúncia foi utilizada como estratégia para evitar mais desgaste para a imagem da Câmara. Ele próprio assumiu em função da renúncia,  em 30 de junho do ano passado, do então vereador Rogério Alkimim (PP), investigado pela Polícia Civil por crime de "rachadinha", uma prática irregular que consiste em contratar servidores públicos mediante a imposição de ficar com parte do salário deles.

"Não acho que o vereador Léo Burguês vá renunciar até porque ele é a favor da abertura do processo de cassação. Esse tipo de caso desgasta todo o legislativo. Para a opinião popular, fica a ideia de que todo vereador tem a mesma conduta", lamentou Cleiton Xavier durante entrevista para o programa Café com Política do jornal Super N 1ª edição da Rádio Super 91,7 FM, nesta quarta-feira (8/2).

Segundo o parlamentar, os vereadores estão muito apreensivos com as notícias veiculadas. Para ele, é um problema que a Câmara gaste tempo com comissões processantes e deixe de priorizar as pautas importantes para a cidade, "como enchentes, filas de UPAS, postos de saúde e com o transporte público de péssima qualidade".