Nepotismo

"Limpeza" na Assembléia continua

Nos últimos três dias, 75 exonerações, sendo a maioria de parentes de parlamentares

Por EZEQUIEL FAGUNDES
Publicado em 04 de setembro de 2008 | 19:41
 
 
 
normal

Enquadrados pela súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados estaduais de Minas, aos poucos, dispensam seus apaniguados lotados em cargos de confiança na Assembléia Legislativa do Estado.

Ontem, mais 11 afilhados dos parlamentares perderam vaga preenchida sem concurso público, conforme publicação do "Minas Gerais".

Com mais essa enxurrada de dispensas, o número de exonerados nos últimos três dias chega a 75, mas, como a Assembléia não informa o grau de parentesco. é difícil precisar se todos os dispensados são parentes dos parlamentares.

Pela nova legislação, a partir de 8 de setembro a prática do nepotismo entre os agentes públicos está proibida. Quem desrespeitar a decisão da mais alta corte do país vai se tornar alvo de processo de improbidade administrativa (mau uso de dinheiro público) por iniciativa do procurador geral de Justiça de Minas, Jarbas Soares Júnior.

Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e deputado estadual, Gilberto Abramo (PMDB) se viu obrigado a abrir mão dos serviços de sua filha.

Danielly Hirata Abramo ocupava cargo de supervisor de gabinete, padrão VL-43, com vencimentos que lhe rendiam mensalmente R$ 4.171,52 por uma carga horária de oito horas por dia de serviço.

Vice-líder da bancada do PMDB na Casa, Adalclever Lopes determinou a dispensa da sua mulher.
Jozianne Marques Lopes Ferreira estava lotada no gabinete do marido parlamentar no cargo de secretária de gabinete. Padrão VL-34 com oito horas de serviço por dia, Jozianne embolsava R$ 2.689 por mês.

Adepto ao nepotismo cruzado, o deputado Djalma Diniz (PPS) abrigava em seu gabinete a cunhada do do colega de parlamento, Hely Tarquíneo (PV). Valdice Gaspar Tarquíneo recebia R$ 615,94.

Parentes lotados no quadro de apoio do Legislativo estadual também perderam os contra-cheques. É o caso de Daniel Mendonça Aloise filho do deputado Rêmole Aloise (PSDB), lotado no gabinete da liderança do PMDB.

O consanguíneo de Aloise recebia salário de R$ 7.8 mil por mês. Apesar de não considerar nepotismo, o presidente da Casa Alberto Pinto Coelho (PP) exonerou a ex-mulher de Aloise.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!