Lulistas enaltecem bandeira, após bolsonaristas criticarem 'mar vermelho'

Vestidos de verde amarelo e enrolados na bandeira do Brasil. Foi assim que muitos apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanharam a posse do presidente neste 1º de janeiro, diante do mar de pessoas vestidas de vermelho, na Esplanada dos Ministérios.

Neste domingo, além de provocação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros apoiadores do ex-mandatário, como o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) e a deputada federal Bia Kicks (   SP) criticaram, em suas rede sociais, a ausência da bandeira brasileira na posse presidencial. 

“Para quem diz que comunismo não existe: procure uma bandeira do Brasil aí”, disse no Twitter.

Para quem diz que comunismo não existe: procure uma bandeira do Brasil aí. pic.twitter.com/CMoabCZ9CN

— Eduardo Bolsonaro 22.22🇧🇷 (@BolsonaroSP) January 1, 2023

Preciso focar minha atenção no DF hoje porque quanto à posse do Lula só sinto vergonha, tristeza e decepção. É repulsivo ver a Esplanada, antes verde e amarela, pintada de vermelho. Esse povo ama o partido, não ama a Pátria. Grande retrocesso!

— Bia Kicis (@Biakicis) January 1, 2023

No gramado da esplanada, em Brasília, a realidade, no entanto, era outra. Neide Barros, 36, educadora, de Goiânia (GO), estava enrolada na bandeira. “Vim com a bandeira porque durante muito tempo nossos símbolos foram apropriados por uma direita que se achava dona de uma representação que é muito maior que isso. Meu gesto é uma tentativa de recuperar a bandeira, que é brasileira, de todos nós.” 

Questionada se sentiu algum tipo de medo ou retaliação por carregar aquela que se tornou símbolo do governo anterior, comandado por Jair Bolsonaro, Neide disse que no início, quando caminhava para a esplanada, se sentiu desconfortável. “Depois as pessoas entenderam meu propósito.Elas perceberam minha posição e concordaram com o eu que estava trazendo.”

Sílvia Mata,  natural de Teresina (PI), que mora em Brasília há 23 anos, estava enrolada em uma canga do Brasil, usava uma camisa brasileira e tinha um manto vermelho no pescoço. Para ela, “a bandeira nunca pertenceu a nenhum partido político”. “A bandeira tem uma representatividade muito grande e vem desde os Inconfidentes Mineiros. Como tudo tem continuidade, estamos aqui representando nossa bandeira que é e sempre será nossa”, comentou.

De Curitiba (PR), Nataniel Sansui, 24, acadêmico na Universidade Federal do Paraná, estava enrolado na bandeira. Segundo ele, o objeto é símbolo nacional. “A bandeira pertence a todos os brasileiros e não apenas aos bolsonaristas. Tive receio de retaliação, mas o evento está muito tranquilo e me senti bem em usar a bandeira”, disse Nataniel. 

Vestida com uma camiseta com os dizeres “Lava sua alma, Brasil”, a bancária Sirleide Souza, 36, disse estar feliz por retomar o desenvolvimento e a cultura. “Estamos retomando nosso lugar, retomando nosso país, estamos cheios de políticas sociais, políticas voltadas para o empreendedorismo e estamos preocupados com o Brasil. O Lula está aqui para governar para todos;  e por isso que estamos aqui, pois juntos faremos muito mais”, pontuou.

O público que acompanhou a festa da posse pelos telões do gramado da Esplanada dos Ministérios, neste dia 1 de janeiro, gritou 'a-ha uhu-u, essa bandeira é nossa' assim que a bandeira do Brasil apareceu nos telões e também quando o hino nacional foi anunciado.

 

Momentos da solenidade. Uma multidão que está no gramado acompanhando a posse de Lula na esplanada grita: "A bandeira é nossa" e canta o hino brasileiro. pic.twitter.com/G3WQNLUDqE

— O Tempo (@otempo) January 1, 2023