polêmica

Marina diz que dados do Ipea foram 'omitidos' para proteger Dilma

Terceira colocada na disputa pela presidência disse ainda que Dilma autorizou reajuste de preços, alta de juros e divulgação de informações que na campanha negava ou condenava.

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 06 de novembro de 2014 | 19:09
 
 
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Terceira colocada na disputa pelo Palácio do Planalto, Marina Silva (PSB) publicou nesta quinta-feira (6) um artigo em que diz que representantes do governo federal "omitiram deliberadamente" dados oficiais sobre a economia do país para proteger -e não constranger- a presidente Dilma Rousseff (PT) durante a campanha.

A ex-senadora usou de exemplo os dados divulgados na quarta-feira (5) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que mostram que a miséria no Brasil aumentou pela primeira vez desde 2003, quando o PT assumiu a Presidência da República e o indicador começou a cair. Entre 2012 e 2013, o número de pessoas que vivem com renda mensal abaixo de R$ 70 passou de 3,6% para 4% da população.

"O Ipea, órgão vinculado à Presidência da República, adiou o anúncio das estatísticas sobre pobreza e miséria no país e alegou que tal decisão era para não favorecer nenhum candidato (na verdade, não queria oferecer constrangimento à candidatura petista)", diz a pessebista no texto publicado em seu site oficial.

Para endossar o discurso, Marina disse ainda que Dilma "autorizou reajuste de preços, alta de juros e divulgação de informações que na campanha negava ou condenava". Para ela, "a realidade se mostra na exposição de dados oficiais omitidos, deliberadamente, por representantes do próprio governo durante a campanha presidencial."

A redução das receitas tributárias também foi citada por Marina. "A tática de esconder maus resultados foi seguida pela Receita Federal que, na véspera do segundo turno, determinou que estatísticas sobre a arrecadação em setembro não poderiam ser expostas ao público antes da contagem dos votos", disse. "No último dia 29, a expectativa dos especialistas sobre a redução das receitas tributárias se confirmou. Entraram nos cofres do governo R$ 90,722 bilhões, valor 4,42% inferior ao registrado em agosto. Mais um forte sinal da retração acentuada da economia brasileira."

Sem mandato, Marina tenta se manter como uma das principais lideranças da oposição, posto que deve dividir com o senador Aécio Neves (PSDB), derrotado no segundo turno das eleições. Para isso, cobrou ações do governo e "palavras das autoridades governamentais" sobre o desmatamento da Amazônia e o desempenho dos alunos da rede pública nas disciplinas de português e matemática, que ainda não foram divulgados.

Marina termina dizendo que, passada as eleições, "aumenta a dose de realidade" no cenário político brasileiro que, segundo ela, era escondida pelo tempo de propaganda eleitoral no "mundo colorido do marketing".

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