Não é somente na internet que as críticas públicas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão sendo recebidas com indignação. Deputados do centrão, que outrora foram aliados dele quando era presidente da Câmara, dizem que o parlamentar está tentando tirar o corpo fora de qualquer responsabilidade em relação à pandemia e, no final das contas, sendo conhecido como contraditório. 

Pelo Twitter, nesta quinta-feira (4), Maia respondeu à fala do presidente de que as mortes diárias pela Covid-19 se trata de “mimimi” e era preciso parar de “frescura”. “A gente volta a sorrir quando você (Bolsonaro) sair. Até lá, paciência e serenidade”, escreveu o deputado fluminense. Desde que deixou o comando da Casa, em 1º de fevereiro deste ano, tem feito esses tipos de comentários.

Acontece que, ao presidir a Câmara, 66 pedidos de impeachment foram apresentados contra o chefe do Palácio do Planalto. Desse total, 50 foram durante a pandemia. Maia tem sido questionado sobre o motivo de agora falar de uma saída de Bolsonaro do poder, mas não ter colocado para tramitar nenhum desses requerimentos, uma vez que a pandemia começou em março de 2020.

“Ele tem memória curta ou está querendo lavar as mãos para empurrar pro (Arthur) Lira a responsabilidade. Mas, se ele quisesse, teria colocado esses pedidos de impeachment pra jogo. É muito fácil criticar agora. Mas ele nunca foi um mero espectador dessa crise. Incoerência pura”, contou um deputado que apoiava Maia na presidência.