A insatisfação do meio cultural e a crise interna no PSL fizeram com que o cinegrafista nomeado pelo governo federal para chefiar a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais desistisse de assumir o posto.  

O cinegrafista da Câmara Municipal de Juiz de Fora Jeyson Dias Cabral da Silva foi nomeado para o cargo, no último dia 25, pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra. Ele foi uma indicação do deputado federal Charlles Evangelista (PSL).

Foi o parlamentar, inclusive, que confirmou a situação para a coluna Minas na Esplanada. “Ele conversou comigo e não quer assumir por motivos pessoais. Eu apoiei a decisão dele até para por conta desse desgaste todo que ele teve”, afirmou. 

Questionado se a polêmica do PSL também pesou no veredito, Evangelista afirmou que acredita que isso também teve um peso para que o indicado declinasse da nomeação: “Achei melhor ele não assumir até para que as coisas sejam pacificadas, esse alvoroço todo do PSL e também da repercussão da indicação como um todo”. 

Ainda segundo o deputado, ele não tem interesse no momento de indicar outra pessoa para a chefia do Iphan. 

Pressão de todos os lados

O cinegrafista iria substituir a museóloga Célia Maria Corsino, que estava desde 2015 no posto. Quando a então troca foi anunciada, a notícia desagradou prefeitos de cidades históricas, padres e pessoas ligadas à cultura. Eles chegaram a enviar ofícios para o ministro Osmar Terra pedindo a saída de Silva do cargo.

Outra pressão veio por meio do PSOL. A deputada federal Áurea Carolina e a vereadora de Belo Horizonte Cida Falabella entraram com uma representação no Ministério Público Federal em Minas solicitando a apuração de suposta ilegalidade por desvio de finalidade da nomeação.

E, antes disso, já havia sido protocolado um requerimento ao ministério pedindo informações sobre o ato.

Posicionamentos

A coluna tenta desde a manhã desta quinta-feira (17) falar com Silva, que não retornou as ligações nem respondeu as mensagens de WhatsApp. 

Questionamos o Ministério da Cidadania se o cinegrafista chegou a ocupar o posto por algum dia, qual foi a alegação dada por ele para não assumir o cargo, quando um novo nome deve ser anunciado e indagamos quem hoje está ocupando a chefia da Superintendência. Contudo, a pasta limitou-se a responder que não vai comentar sobre o tema.