Quem é vivo sempre aparece. Mas, no caso da ex-deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), ela permanece ativa no Congresso Nacional. Isso mesmo sem mandato. Tem parlamentar que “brinca” que ela é mais presente na Casa do que muitos colegas, e os que têm a língua mais afiada até mesmo a chamam de “fantasma”. E, durante a pandemia, não tem sido diferente.
Foram quase oito horas de sessão, na última terça-feira, para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a renovação do Fundeb, da qual a mineira foi autora. Ela esteve presente no plenário da Casa, que está restrito somente para a presença parlamentares, durante todo o período da votação. E aproveitou para transmitir toda a movimentação pelas redes sociais.
Nas eleições de 2018, Raquel conseguiu 45.338 votos e ficou como oitava suplente da coligação. E desde antes a pandemia, seja em reuniões no plenário ou nas comissões da Câmara, em eventos partidários ou em qualquer conversa pela Casa, a mineira faz questão de não passar despercebida.
Ela ficou conhecida durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Ela gritou “sim, sim, sim” pelo afastamento da petista: “Meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito. E o prefeito de Montes Claros mostra isso todo dia com a sua gestão”. Mas, no dia seguinte, Ruy Muniz foi preso pela Polícia Federal por ter sido acusado de participar de esquemas de corrupção.
Fundeb
O texto que prevê a renovação do fundo que financia a educação básica do país foi aprovado na Câmara e agora segue para o Senado. A vigência do Fundeb encerraria ao final deste ano e o governo federal queria adiar a vigência do programa para 2022, mas declinou da ideia após negociar com os parlamentares para conseguir apoio para criar o projeto Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família.
A PEC, relatada por Professora Dorinha Rezende (DEM-TO), ainda prevê uma maior participação da União no Fundeb para investimentos da educação infantil ao ensino médio. O intuito é que a parcela do Executivo, que hoje é de 10%, cresça gradativamente ao longo dos anos, chegando a 23% em 2026. A cada R$ 10 investidos na educação básica do país, R$ 4 são desse fundo.