Médicos do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) se movimentam para criar uma organização em defesa da autarquia pública, que pode ser profundamente alterada pela reforma administrativa proposta pelo governo do Estado.
Segundo membros do grupo, que ainda aguarda detalhes burocráticos para ser oficialmente uma associação, o projeto do governo "passa por cima do Ipsemg" e pode prejudicar cerca de 800 mil servidores dependentes dos serviços da entidade. No texto da proposta, o Ipsemg passaria a ser gerido pela Secretaria de Estado de Fazenda e os médicos repassados à pasta de Saúde, perdendo a autonomia e estrutura. Essa ação, na avaliação do grupo, serviria para que o governo utilizasse os recursos do instituto para reforçar o caixa do Estado.
"Hoje, o Ipsemg está sucateado propositalmente, está sem um presidente desde o início deste atual governo. É um caos administrativo que impede até mesmo de realizar novas compras para o funcionamento normal do instituto", conta um dos membros do grupo de médicos.
Na avaliação deles, é possível realizar um plano de viabilidade do Ipsemg junto ao governo, parcelando a dívida com o Estado. A "bronca" dos médicos também cai em cima do governador Romeu Zema (Novo). Segundo o grupo, Zema teria, durante a campanha eleitoral, se comprometido junto a sindicatos de servidores do instituto a "resgatar o Ipsemg".