O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), disse que “seria bom” que o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) deixasse de forma voluntária a vice-liderança do governo na Casa. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal, na última quarta-feira (14), e foi flagrado tentando esconder dinheiro na cueca.
“Eu acho que seria bom ele (deixar a liderança) voluntariamente, até para ele se defender das acusações, vamos dizer assim, de forma mais livre”, disse Mourão ao chegar no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (15). O vice ainda tentou minimizar a situação dizendo que Rodrigues não é membro do governo, mas sim faz parte de da linha auxiliar.
“Todos aqueles que estão dentro do Parlamento e trabalham em favor do governo ou ocupando cargo, como ele tem, de vice-liderança ou até mesmo fazendo parte da base, é uma linha auxiliar. Ele não é um membro do Executivo”, disse Mourão.
Os membros da União também estão utilizando o episódio para tentar “consertar” uma fala irônica dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última semana, de que acabou com a operação Lava Jato porque não tem corrupção na gestão dele. Segundo Mourão, o episódio com o senador mostra que o presidente não interfere na Polícia Federal.
“Independente da posição que a pessoa tem em relação ao governo, se está metido em alguma atividade ilícita, a Polícia Federal tem plena liberdade para agir. Obviamente. Vamos aguardar”, declarou. Ele ainda disse que sempre teve um bom relacionamento com o líder, e agora é preciso aguardar o fim da investigação.
Operação
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do senador Chico Rodrigues, em Boa Vista, o que resultou no encontro de R$ 30 mil. Sendo que parte dessa quantia estava escondida na cueca do parlamentar, inclusive nas nádegas, de acordo com a revista Crusoé.
Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, que investiga desvio de R$ 20 milhões em emendas destinadas à Secretaria de Saúde de Roraima para combate ao novo coronavírus. Em nota, o parlamentar reclama que teve o “lar invadido” e diz que tem “um passado limpo e uma vida decente”.
“Nunca me envolvi em escândalos de nenhum porte. Se houve processos contra minha pessoa no passado, foram provados na justiça que sou inocente. (...) Digo a quem me conhece: fique tranquilo. Confio na justiça e vou provar que não tenho nem tive nada a ver com qualquer ato ilícito”, diz trecho da nota assinada por ele.