Há atuação parlamentar para evitar que as CPIs sobre Brumadinho avancem na responsabilização dos envolvidos no rompimento da barragem?
O importante é que tenhamos uma CPMI, porque isso fortalece as decisões, unifica os projetos de lei e fortalece uma punição aos culpados pelo crime, especialmente cometido pela alta direção da Vale. Fazer o que o Senado quer, uma CPI, pode levar a uma pizza de minério. Isso não é bom para ninguém, ainda mais que a CPI pode ficar nas mãos de senadores que receberam recursos de mineradoras, como o Carlos Viana. 

Você chega à Câmara após um episódio polêmico na diplomação dos deputados e com um histórico de críticas pesadas ao PSDB. Como tem sido a relação com os colegas, como Aécio e Junio Amaral, na Casa e no plenário? 
Algumas polêmicas ficam para trás porque outras vão tomando prioridade. Hoje, a prioridade é derrotar a reforma da Previdência do Bolsonaro, porque ela prejudica os mais pobres e os trabalhadores, em especial as mulheres. E quero propor uma alternativa, que seja dividir renda. Amanhã (hoje) entro com um PL que vai taxar a renda que é obtida através de repasses de lucros a altos executivos e acionistas. Seria uma taxação de 15% de IR, daria um acréscimo de mais de R$ 50 bilhões anualmente aos cofres da União. Mais alguns ajustes, e não será necessária uma reforma da Previdência.

Minas está em uma situação calamitosa nas finanças e precisa da ajuda de articulações em Brasília. Como tem sido o diálogo da bancada com Romeu Zema?
O governador esteve uma vez com a bancada. Falou, não escutou absolutamente nada e nunca mais tocou no assunto. Mas, independentemente dele, nós temos um dever com o Estado, e o que podemos fazer para desafogar o déficit, que vem de muito tempo, é revogarmos a Lei Kandir. Isso permite receber parcelas passadas que a União nos deve e receber, para agora, recursos advindos do ICMS de empresas exportadoras que hoje são absurdamente isentas.