Negociação

'Não estamos nesse momento', diz Otto Levy sobre definição do acordo com a Vale

O governo de Minas e a mineradora seguem nas negociações; Estado pede R$ 54 bilhões, mas a empresa ofereceu R$ 21 bilhões; audiência será retomada no dia 9 de dezembro

Por Sávio Gabriel
Publicado em 26 de novembro de 2020 | 14:31
 
 
 
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Em meio ao acordo bilionário que o Estado discute com a mineradora Vale em virtude do rompimento da barragem em Brumadinho, o secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy Reis, afirmou que o governo “não está no momento” de definir por qual valor fecha a negociação. A proposta do governo é de R$ 54 bilhões, mas a mineradora ofereceu R$ 21 bilhões e as negociações foram adiadas até o dia 9 de dezembro, dia em que está previsto uma nova audiência.

Durante audiência realizada nesta quinta-feira (26) na Assembleia Legislativa (ALMG), o gestor disse que há um trabalho de fortalecimento da governança para que não se repita o que aconteceu no acordo firmado pelo desastre ocorrido em Mariana. Ele evitou dar mais detalhes devido ao sigilo da negociação.

“Quanto que vamos aceitar? Não estamos nesse momento. Estamos discutindo a questão de governança e jurídica para se evitar em Brumadinho o que aconteceu no Rio Doce, que por causa da governança o pouco dinheiro que foi definido não consegue andar”, destacou, ao ser questionado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). Em 2016, a Samarco, proprietária da mineradora onde aconteceu o rompimento da barragem, fechou um acordo de R$ 4,4 bilhões para a recuperação da Bacia do Rio Doce.

Ele também rebateu as críticas dos deputados oposicionistas da Casa, que argumentam que a ALMG está alheia aos detalhes envolvendo a negociação. “É importante dizer que essa negociação, em audiência judicial, participa, pelo lado do poder público, todas as instituições jurídicas estaduais. Durante esse um ano do trabalho do Comitê Pró-Brumadinho, procuramos ouvir as pessoas e os deputados”, afirmou. “Quando começamos a discutir e a pensar sobre a questão judicial, foi feito o convite para todos os deputados participarem”, complementou. As declarações foram dadas durante sabatina realizada no âmbito do programa Assembleia Fiscaliza.

Ainda segundo Otto Levy, “não tem nada feito por debaixo dos panos” e a negociação é realizada “para o interesse da sociedade e do Estado”. O secretário também se comprometeu a levar para a discussão uma sugestão feita pelo líder oposicionista, André Quintão (PT), para que sejam reservados R$ 1,3 bilhão do valor para a continuidade do programa Renda Minas – que distribui R$ 39 a famílias em vulnerabilidade social por conta da pandemia de coronavírus. A medida emergencial foi anunciada em setembro terá fim no próximo mês. Também será avaliada a possibilidade de dois deputados participarem da mesa de negociações como ouvintes.

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