Eleições 2022

'Nem sabia de Guilherme de Pádua', diz Bolsonaro, que nega encontro

Cheguei, me deram a palavra, falei pouquíssimos minutos ali. Antes de acabar, voltei para Brasília e minha esposa ficou. Eu não fiquei para almoçar, Michelle ficou, afirmou o presidente neste sábado (13)

Por Renato Alves
Publicado em 13 de agosto de 2022 | 12:15
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha se encontrado, no último domingo (7), com Guilherme de Pádua na Igreja da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG).

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, já havia negado uma reunião dela ou do marido com o assassino da atriz Daniella Pérez. O crime ocorreu em 1992 e o hoje pastor evangélico e militante bolsonarista foi preso e condenado.

"Fui convidado (à Igreja da Lagoinha), nem sabia de Guilherme de Pádua. Cheguei, me deram a palavra, falei pouquíssimos minutos ali. Antes de acabar, voltei para Brasília e minha esposa ficou. Eu não fiquei para almoçar, Michelle ficou", afirmou o presidente na manhã deste sábado (13) ao Podcast Cara a Tapa, de Rica Perrone.

A informação de que Michelle e Bolsonaro teriam se encontrado com Guilherme de Pádua e Juliana Lacerda, mulher do assassino, foi divulgada pelo site Em Off, na sexta (12), que publicou a foto entre as duas. O presidente estava na Igreja Batista de Lagoinha, mas não aparece na foto. O evento marcou a celebração do “Jubileu de Ouro” do pastor Márcio Valadão, que completou 50 anos de ministério na igreja.

Após a publicação da foto, Juliana Lacerda se manifestou nas suas redes sociais negando ser amiga íntima da primeira-dama. “Eu nunca troquei uma palavra sequer com ela. Nunca mesmo. Ela nem sabia quem eu era. Ela simplesmente foi lá, gentil que é, uma pessoa extremamente simples, uma mulher de Deus, porque eu sou fã, e ela tirou essa foto comigo, como todos ali, naquela fila, naquela comemoração”, contou a mulher de Guilherme de Pádua.

Na entrevista deste sábado, Bolsonaro contou que, após a divulgação da matéria sobre o suposto encontro com o casal, ele questionou Michelle sobre a foto e ela explicou que tirou umas 100 fotografias na igreja e não sabia quem era Juliana e nem quem tirou a fotografia. 

O presidente disse ainda que, pelo que ficou sabendo, Guilherme de Pádua nem esteve na igreja. “Agora não sei quantos membros tem na igreja, alguns milhares. Agora, vou na sua igreja e vou ter que saber quem são as milhares de pessoas que estão lá?", disse. O presidente afirmou que está analisando com seu advogado se é o caso de processar o site que publicou a matéria.

Guilherme de Pádua foi condenado pelo assassinato de Daniella, filha da escritora Glória Perez. Na época, ambos protagonizavam a novela "De Corpo e Alma", escrita por Glória. O caso voltou à tona recentemente por causa do lançamento da série "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", da HBO Max.

Bolsonaro volta a criticar carta pela democracia e cita Lula com ditadores

Também na entrevista deste sábado, Bolsonaro voltou a criticar a carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro, lida na Universidade de São Paulo (USP), na última quinta-feira (11) e que, até sexta (12), tinha mais de 1 milhão de assinaturas.

Mais uma vez, Bolsonaro voltou a dizer, erroneamente, que o manifesto é uma iniciativa do Partido dos Trabalhadores (PT). A carta, na verdade, é capitaneada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), repetindo a iniciativa de 1977 contra a ditadura militar (1964-1985). Entre os signatários da carta de 2022 há políticos de centro, além de esquerda, e representantes de setores que inclusive apoiaram a vitoriosa candidatura de Bolsonaro em 2018, como empresários e banqueiros.

Para desqualificar a carta pela democracia, o presidente, que é um capitão reformado do Exército e sempre exaltou a ditadura brasileira e regimes similares mundo afora, lembrou a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ditadores que comandam ou comandaram outras nações.

“O cara assina uma carta pela democracia, mas sempre foi amigo de Chávez, de Maduro, de Fidel Castro, de Evo Morales, de Mujica, de Lugo, de Bachelet, de Kim Jong-Un. E agora quando chega a época das eleições, querem ser diferentões? Não dá para ser diferentão, ninguém vai acreditar”, citou o presidente.

Bolsonaro inicia campanha por Juiz de Fora, na terça-feira 

Bolsonaro gravou, em Brasília, vídeo com políticos mineiros convocando os eleitores de Minas Gerais a comparecerem no evento em Juiz de Fora, na próxima terça-feira (16), que marca o início da campanha à reeleição. 

A cidade na Zona da Mata de Minas Gerais é a mesma que o mandatário levou uma facada no abdômen durante a campanha de 2018, em que ele foi vitorioso. Na ocasião, ele foi atendido inicialmente na Santa Casa de Juiz de Fora. 

O evento foi marcado para começar às 11h, no Aeroclube de Juiz de Fora. “A cidade onde eu renasci”, destacou Bolsonaro no vídeo que começou a circular nas redes sociais, neste sábado. “Obviamente, este momento será precedido com uma grande motociata pela cidade”, completou. 

A ideia é que o evento no aeroclube tenha a presença de milhares de apoiadores, sem limite de público. A equipe responsável pela campanha divulgou que "o primeiro encontro de campanha com o #CapitãoDoPovo não tinha como ser em outro lugar! Onde ele nasceu de novo!".

O termo "Capitão do Povo" vai ser explorado pela campanha de Bolsonaro e faz parte do refrão da música que será jingle dele. O mandatário já registrou a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e montou chapa com o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que será candidato a vice-presidente. (Com Estadão Conteúdo)

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