NESTA QUINTA

Oposição protocolará novo pedido de impeachment de Temer às 17 horas

O pedido se baseia em suposto crime de responsabilidade e obstrução de justiça supostamente cometidos pelo peemedebista

Por Agência Estado
Publicado em 18 de maio de 2017 | 14:10
 
 
 
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Os partidos de oposição anunciaram no início da tarde desta quinta-feira (18) que vão protocolar às 17 horas um novo pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. O pedido se baseia em suposto crime de responsabilidade e obstrução de justiça supostamente cometidos pelo peemedebista.

O pedido será assinado por PSOL, PDT, PCdoB, PT e Rede, além de PSB e alguns deputados dissidentes do PTB.

O bloco promete obstruir todos os trabalhos da Câmara até que haja uma solução para a crise política. "Vamos obstruí-las até que o Temer caia", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

Na próxima terça-feira (23), o grupo espera aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a realização de eleições diretas.

Oposição também representará contra Temer na PGR por crime comum

Além do novo pedido de impeachment que será protocolado nesta quinta-feira na Câmara contra o presidente Michel Temer, a oposição decidiu que vai preparar uma representação contra o peemedebista na Procuradoria Geral da República por ter supostamente cometido crime comum. O grupo alegará que Temer cometeu crime no exercício do mandato.

A ação é uma nova frente da oposição para acelerar o processo de afastamento de Temer. Os deputados vão alegar que houve crime de advocacia interna e prevaricação. Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia contra o presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Câmara, o pedido de impeachment apontará que Temer cometeu crime de responsabilidade e obstrução de Justiça ao ter dado supostamente aval para que o empresário Joesley Batista, da JBS, "comprasse o silêncio" do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A prerrogativa de admissibilidade do pedido é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do governo Temer. "Não tem como ser negada a admissibilidade", avaliou o deputado Rubens Pereira Jr. (PCdoB-MA).

O documento vai se basear em quatro pontos da Lei 1.079, a legislação que prevê o impeachment: opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário; impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandatos e decisões do Poder Judiciário; usar de violência ou ameaça contra funcionário para coagi-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer forma de corrupção para o mesmo fim; proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro.

Rubens Pereira Jr., que é um dos formuladores do pedido, explicou que os dois primeiros pontos configuram obstrução de Justiça e os dois últimos se referem à tentativa de Temer de intervenção no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que fossem aprovados benefícios a JBS.

Durante a reunião para discutir os detalhes do pedido de impeachment de Temer, os deputados também cobraram do Senado o mesmo comportamento adotado na cassação do ex-senador Delcídio Amaral para o caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG). "O Senado precisa se posicionar. Ele (Aécio), que foi o baluarte da moralidade, precisa ser julgado por seus colegas", disse o líder do PDT, Weverton Rocha (MA).

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