O PSB em Minas terá que resolver um dilema sobre a atuação do partido na disputa pelo governo de Minas. Isso porque há vertentes diferentes na legenda que defendem caminhos opostos nas eleições.
O ex-deputado Saraiva Felipe confirmou a O TEMPO que é pré-candidato do partido ao governo estadual - seu nome é defendido por uma ala da sigla, e uma das questões é a oportunidade de o ex-presidente Lula ter um palanque em Minas após o impasse entre PT e PSD e Alexandre Kalil por causa da vaga ao Senado.
No entanto, o presidente do PSB em Minas, deputado federal Vilson da Fetaemg, afirmou que não há, no momento, qualquer possibilidade de o partido lançar algum nome para disputar o governo do Estado.
"Essas conversas (de candidatura) são por fora, não estão em consonância com a direção do partido. Não vamos ter chapa majoritária para o governo de Minas. Isso está acertado com a Executiva nacional", afirmou Vilson à reportagem.
Ele afirmou que o PSB ainda não tem decisão sobre quem, então, vai apoiar na disputa estadual. "Isso ainda será decidido. Temos a convenção partidária para definirmos essa questão. Vamos apoiar o nome do Reginaldo Lopes (do PT, para o Senado) e trabalharmos juntos para sabermos a decisão sobre a disputa em Minas. Teremos o candidato a vice-presidente que é do partido (Geraldo Alckimin, vice na pré-candidatura de Lula), e isso já fala muito por si. Mas o certo é que não temos nome próprio ao governo. Ninguém vai usar o partido para isso", disse Vilson em alusão à pré-candidatura de Saraiva Felipe.
Há ainda dentro do PSB mineiro quem defenda o apoio à reeleição do governador Romeu Zema (Novo) o que, em teoria, seria uma posição bem paradoxal frente à aliança nacional dos socialistas com o PT.
O deputado estadual Bernardo Mucida é adepto de a legenda seguir com o atual governador. "Estou defendendo isso dentro do partido, que apoiemos o Zema à reeleição. Temos boa relação com o governador na Assembleia, votamos na maioria das vezes com o Executivo. Então, pessoalmente, eu defendo o apoio a Zema e estou levando isso à discussão interna do partido", disse.