Política

Presidentes podem ficar com presentes de baixo valor, diz Dantas sobre joias

Bruno Dantas afirmou que TCU pretende auditar, no último ano de cada governo, todos os presentes que foram recebidos e verificar como foram classificados

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 04 de abril de 2023 | 10:17
 
 
 
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O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, comentou, na noite de segunda-feira (3), sobre o caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita e incorporadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso foi revelado pelo Estado de S. Paulo.

Foram três conjuntos de joias, sendo um deles compostos por colar, par de brincos, anel e relógio de diamentes avaliado em R$ 16,5 milhões. Este ficou retido pela Receita Federal, enquanto outros dois ficaram com integrantes do governo.

Segundo Dantas, o presidente da República pode ficar com um presente quando tiver caráter "personalíssimo", quando é destinado à pessoa, e for de "baixo valor", critérios que não foram atendidos no caso das joias. Ele participou do programa Roda Viva, da TV Cultura.

"O presente tem que ser personalíssimo e de baixo valor, aí ele pode ir para o acervo pessoal do presidente. Se não, ele precisa ir para o acervo da Presidência da República, que é uma instituição nacional e que, portanto, é a real destinatária desses presentes", afirmou.

O ministro destacou que há um patrimonialismo inserido na cultura brasileira, em que agentes públicos têm "muita dificuldade em separar o público do privado"."No mais das vezes o presente não é oferecido à pessoa da Presidência da República, mas à instituição Presidência da República do Brasil", disse.

Dantas indicou ainda que o TCU deve fazer uma auditoria sobre o terceiro conjunto de joias que Bolsonaro guardou na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Além disso, o ministro manifestou a intenção de reforçar a fiscalização de bens.

"Nós faremos no último ano de cada governo uma auditoria para que possamos inventariar todos os presentes que foram recebidos e verificar se a Presidência da República catalogou os bens adequadamente, no acervo privado ou no acervo público", declarou.

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