Eleições 2022

PT comparece em peso a atos de Kalil, enquanto presença do PSD é escassa

Principais ausências são o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 16 de agosto de 2022 | 13:14
 
 
 
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A presença constante de lideranças e deputados do PT nos eventos eleitorais de Alexandre Kalil (PSD) têm contrastado com os escassos integrantes do próprio partido dele, o PSD, que comparecem aos atos políticos do ex-prefeito de Belo Horizonte.

A inauguração do comitê central da campanha de Kalil nesta terça-feira (16) foi mais um exemplo desta diferença. Além do próprio candidato, apenas dois membros do PSD subiram ao palco: o senador Alexandre Silveira (PSD), que tenta se reeleger, e o deputado estadual Cássio Soares (PSD).

Ao mesmo tempo, pelo menos nove petistas ocuparam posição de destaque no evento: os deputados federais Reginaldo Lopes (PT), Padre João (PT), Patrus Ananias (PT), Rogério Correia (PT) e Odair Cunha (PT), os deputados estaduais Cristiano Silveira (PT), Ulysses Gomes (PT), e Leninha (PT), além da vereadora de Belo Horizonte, Macaé Evaristo (PT).

A principal ausência do PSD nos eventos é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Ele não foi a nenhum ato político de Kalil, nem mesmo na convenção partidária que confirmou a candidatura do ex-prefeito a governador.

“Não falo de quem está fora”, disse Kalil ao ser questionado nesta terça-feira (16) sobre as ausências de Pacheco. “Então quem tá fora tem que perguntar para ele o porquê tá fora. Não vou falar de quem está fora porque eu não vou desprestigiar quem está lutando por mim e pela minha campanha”, disse Kalil.

"Eu tenho que me relacionar no PSD com o Alexandre, que é meu companheiro de chapa, e com o presidente do partido, (Gilberto) Kassab", concluiu Kalil.

Pessoas próximas ao presidente do Senado afirmam que ele não tem se manifestado publicamente em apoio a Kalil porque entende que precisa adotar uma postura de neutralidade nessas eleições diante do risco do resultado eleitoral ser questionado.

Dessa forma, dizem, se Pacheco subir neste momento no palanque de Kalil, que é apoiado por Lula (PT) e pelo PT, ele perderia condições de dialogar com a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e atuar como um agente estabilizador da democracia brasileira caso necessário. 

É por isso, por exemplo, que o presidente do Senado não deve comparecer ao comício organizado por Lula e Kalil na próxima quinta-feira (18) na Praça da Estação, em Belo Horizonte.

As mesmas fontes argumentam que Pacheco se empenhou pela campanha do ex-prefeito de Belo Horizonte, mas nas articulações políticas de bastidores para criar uma rede de apoio de prefeitos no interior, onde Kalil precisa se tornar mais conhecido.

“Venho conversando com diversas lideranças no sentido de ampliar a base do PSD em todo o Estado”, disse Rodrigo Pacheco por meio da assessoria de imprensa após ser questionado pela reportagem.

Outra ausência notável tem sido o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que originalmente foi eleito como vice de Kalil. No final de julho, ele disse em entrevista exclusiva à rádio Super 91,7 FM que não se envolveria na campanha eleitoral por falta de tempo, já que tem que administrar a Prefeitura de Belo Horizonte.

“Tenho muita coisa para fazer, a cidade é muito grande", justificou o prefeito durante o quadro Café com Política, do Super N 1ª Edição. Na mesma entrevista, Noman adiantou que não irá ao comício na Praça da Estação.

Já a bancada federal do PSD sequer apoia Kalil. Diego Andrade (PSD), Stefano Aguiar (PSD) e Misael Varella (PSD) e Subtenente Gonzaga (PSD) apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não querem subir no palanque do candidato de Lula em Minas.

Kalil é mais popular entre os deputados estaduais de seu partido. Ele tem o apoio dos dois principais deputados do PSD na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG): o presidente da Casa, Agostinho Patrus (PSD), que é o principal coordenador da campanha, e do secretário geral da sigla em Minas, Cássio Soares (PSD).

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