ELEIÇÕES 2022

Queiroz, que vai disputar eleições, defende Gabriel Monteiro e se compara a Lula

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, investigado no escândalo das rachadinhas, Fabrício Queiroz diz que não tem mais vínculo com a família presidencial, embora defenda as mesmas causas do presidente

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 27 de abril de 2022 | 20:35
 
 
 
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Suspeito de ter sido o operador do caso das “rachadinhas” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-assessor Fabrício Queiroz está a todo vapor para a disputa a deputado federal, pelo Rio de Janeiro, nas eleições deste ano.

Em entrevista ao Correio Sabiá, divulgada nesta quarta-feira (27), o PM da reserva contou que participa de movimentos de direita e por isso escolheu o PTB, ou "o partido mais à direita que existe no Brasil", para lançar a pré-candidatura. Segundo Queiroz, o ex-deputado e presidente afastado da sigla, Roberto Jefferson, já deu a bênção.

Embora reconheça que o vínculo com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho mais velho dele, o senador Flávio, para quem Queiroz trabalhou, foi quebrado durante as investigações sobre a rachadinha, o policial militar não vai dispensar pegar carona na campanha pela reeleição do presidente.

“Quando as investigações começaram, o presidente foi bem claro que, enquanto não ficasse esclarecido tudo, a gente não se falaria. Até então, eu nunca mais falei com ele. Nunca troquei uma vírgula em WhatsApp, em áudios, em telefone, por terceiros, ‘por quartos, por quintos’. Nunca, nunca nos falamos. E nos respeitamos”, contou.

"A minha bandeira nada mais é que a do presidente. Eu tive a oportunidade de trabalhar com ele cerca de 16 anos e o meu direcionamento na política são as pautas de direita. Então essa é a bandeira", acrescentou o ex-assessor parlamentar.

Ainda ressentido com a Justiça Federal, Queiroz diz que tem muito respeito pelas instituições, incluindo o Ministério Público, mas considera que o inquérito envolvendo seu nome foi parcial. "As investigações estão nulas e ponto final. Não tenho mais o que falar sobre isso."

Em outro momento da entrevista, Queiroz demonstrou que entende das articulações do Congresso Nacional ao defender o estreitamento das relações entre Bolsonaro e os partidos do Centrão, que o presidente atacava na campanha de 2018.

"O presidente precisava de apoio e ele foi para o Centrão. Isso não quer dizer que ele [Jair Bolsonaro] se misturou. Ele precisa ter o apoio da Câmara. Você viu o que esse canalha do Rodrigo Maia [ex-presidente da Câmara dos Deputados] fez, a sacanagem que ele estava fazendo", disse Queiroz.

Ainda defendendo atitudes controversas dos políticos, Queiroz considerou que o ex-policial militar e vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) está sofrendo uma "grande perseguição" e que a mídia procura "cabelos em ovos". 

"Gabriel Monteiro é policial militar, foi eleito um dos vereadores mais votados aqui no Rio de Janeiro. Eu também acho que ele sofre uma grande perseguição, é tão vítima quanto eu, quando você bate com a imprensa, como a Rede Globo, você compra uma guerra, aí eles começam a procurar ‘cabelos em ovos'".

O vereador é alvo de denúncias de relações sexuais com menores de idade, estupro e abuso sexual. Também é acusado de fraudar conteúdos em vídeos que postava em suas redes sociais sobre ações policiais.

Indo além, Queiroz se qualificou como um "ficha limpa" e se comparou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atualmente principal adversário de Bolsonaro na corrida pelo Planalto, segundo as pesquisas de intenção de voto.

"Eu sou ficha limpa, não tenho que provar nada para ninguém. É igual questionar o Lula. O Lula é elegível, é ficha limpa. Então não tem que bater no Lula", defendeu Queiroz.

"Eu posso discordar dele em muitas coisas, mas o Supremo [STF] não deixou ele ser candidato, não se tornou 'nulo' as coisas dele também? Quer dizer, ele não vai continuar respondendo? Igual ao meu problema que se tornou nulo, mas eu continuo respondendo, as investigações continuam", concluiu o policial militar da reserva. 

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