Café com Política

'Quem vai pagar a conta do RRF é o servidor', diz presidente do PT em Minas

O deputado estadual Cristiano Silveira afirma que o segundo mandato do chefe do Executivo mineiro é marcado por contradições

Por Luciano Moreira
Publicado em 24 de outubro de 2023 | 12:31
 
 
 
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O deputado estadual, Cristiano Silveira, presidente do PT de Minas, endossou as palavras do presidente da Assembleia de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite, do MDB, ao afirmar que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) não resolve o problema da dívida do Estado com a União. Em entrevista ao Café com Política, da FM OTEMPO 91,7, Silveira acrescentou ainda que o débito vai ser maior ao final da vigência do RRF.

"O que falta é uma discussão séria sobre a origem da dívida, as características desse endividamento. O regime vai adotar medidas duras, vai ser um remédio amargo para daqui a nove anos o Estado estar com uma dívida maior ainda", diparou o petista.

De acordo com Cristiano Silveira, da maneira como foi enviado á Assembleia, o RRF prejudica os servidores com a previsão de apenas duas recomposições salariais em nove anos, além da possibilidade de impactar a população com prejuízos aos serviços públicos.  "Do jeito que está, quem vai pagar a conta é o servidor e o povo mineiro com desassistência na área da saúde, da educação, segurança e social", previu.

O presidente do PT de Minas falou também sobre o desejo de privatizar as estatais por parte do governo de Minas. Segundo Cristiano Silveira, é preciso saber as reais intenções do governador ao propor a venda de empresas como Copasa e Cemig, uma vez que não são deficitárias e apesar de problemas e reclamações, são bem avaliadas pela população. "Falar que vai privatizar porque as empresas são cabides de emprego é um argumento raso porque a gestão é do governo, cabe a ele então resolver essa situação".

Silveira afirmou também que, ao contrário do que prega o governo estadual, a atual gestão de Romeu Zema (Novo) não tem sido exemplo de organização e austeridade. "Nós passamos a maior parte do tempo até agora neste mandato, discutindo aumento de 300% para o governador e o secretariado." Apesar de reconhecer que o reajuste não seria um fator significativo na dívida do Estado, Cristiano Silveira ressaltou que é preciso liderar também pelo exemplo. 

Outros pontos destacados como contraditórios pelo presidente do PT foram o aumento da alíquota do ICMS para bens supérfluos e a concessão de mais benefícios fiscais às locadoras de veículos no Estado. "O regime de recuperação fiscal enviado pelo governador à Assembleia prevê, entre outras coisas, a revisão dos regimes especiais de tributação, algo em torno de R$ 3 bilhões e, ao mesmo tempo, ele faz essa concessão a este segmento", reclamou. 

 

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