Eleições 2020

Campanha suja deflagrada

Vídeos apócrifos vindos de números de outros Estados indicam disputa de baixo nível em 2020

Por Ricardo Corrêa
Publicado em 04 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Os vídeos apócrifos divulgados na última semana com ataques a membros da administração municipal em Belo Horizonte demonstram que o nível da campanha eleitoral de 2020 tende a ser o mesmo das disputas estaduais e federal de 2018, com distorções e fake news correndo soltas e a Justiça eleitoral sem capacidade para enfrenta-las.

A coluna Aparte de hoje revela que as informações são espalhadas de números fora do Estado e alguns dos vídeos são muito bem produzidos. O material distribuído pelo WhatsApp não é coisa feita gratuitamente por um cidadão indignado ou coisa assim. É gente profissional, contratada para tal. Se está assim em fevereiro, imagine o que teremos lá para meados de agosto e setembro, quando a campanha pegar fogo.

O grande problema é que os autores desse tipo de crime já perceberam que a Justiça não consegue os alcançar e que as punições são praticamente inexistentes. Isso encoraja quem quer burlar a democracia, fazendo campanha apócrifa, antes da hora e calcada em mentiras.

O caso de agora, porém, pode servir de exemplo de uma mudança de atuação. Se uma investigação for realizada imediatamente, talvez já possamos saber, antes das eleições, quem está por trás disso. Se não servir para que os autores sejam punidos, que ao menos a revelação de tais responsáveis sirva para que o cidadão saiba quem é que descumpre as regras por baixo dos panos. Garantir uma campanha mais limpa está nas mãos dos órgãos de investigação no Brasil.

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