Política em Análise

Com os pés no chão

Governo de Romeu Zema desceu do palanque e, não por acaso, começa a colher frutos por isso


Publicado em 12 de agosto de 2019 | 07:50
 
 
 
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O governo de Romeu Zema desceu do palanque e, não por acaso, começa a colher frutos por isso. Ao contrário do que se viu no discurso da gestão nos primeiros meses do ano, houve uma correção na forma de se comunicar e uma perda de espaço da estratégia de confronto e exaltação permanente, típica de campanha.

Um episódio simbólico dessa nova estratégia, de pés no chão, se deu na última semana, quando o jornal O TEMPO e a rádio Super fizeram uma reportagem que mostrava que as receitas do Estado superaram a despesa empenhada nos primeiros sete meses do ano. É a primeira vez que isso acontece em oito anos.

O objetivo não era mostrar uma situação confortável nas contas públicas mineiras. Estamos longe disso e, claro, a culpa do quadro dramático é dos governos anteriores. Porém, preocupado com a possibilidade de a reportagem indicar um mar de rosas, o governo pediu cautela com a análise dos números. Exaltou que os restos a pagar tornavam o quadro ainda crítico e que a suspensão do pagamento da dívida com a União ajudou a levar à situação de um aparente reequilíbrio.

Em outros tempos o governo estaria exaltando uma suposta guinada nas contas públicas e comparando seus resultados com as gestões anteriores. Assim foi no início do ano, quando mostramos, ao contrário do que foi revelado agora, um empenho de despesas acima das receitas. Na ocasião, com um truque contábil, o governo propalava a existência de um superávit, o que não era verdadeiro. O resultado foi uma pressão política e até a ameaça de impeachment por prefeitos, insatisfeitos com a dívida que o governo tinha e ainda tem com eles.

Esse discurso amador, pouco afeito a uma gestão pública, ficou para trás no momento em que figuras que representavam mais o partido do que o governo perderam espaço. Zema reduziu a propaganda de redes sociais e os discursos personalistas e populistas. O governo passou a enfatizar mais o trabalho das secretarias. O resultado foi que, aparentemente, a perda de apoio, medida nas pesquisas de avaliação, foi interrompida, o que não é pouca coisa.

Ouça o comentário do editor de Política, Ricardo Corrêa:

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