Enfrentando dificuldades políticas para colocar em prática seus projetos, o governador Romeu Zema tem aproveitado o bom desempenho da geração de empregos como principal ativo para apresentar à população o argumento de que sua gestão está dando certo. E como a economia, em condições normais, é o que move os humores do eleitorado, não poderia ser diferente.

Os números de Minas no Cadastro Geral de Empregados e Desempegragos (Caged) em 2019 são de fato bons até aqui. Até julho, foram criadas no Estado 99.946 vagas de emprego, um incremento de 2,5% no total de postos no Estado. Esse crescimento tem forte contribuição da agropecuária, que ampliou em 11,56% as vagas e da construção civil, com aumento de 8,32% nos sete primeiros meses do ano.

O comparativo com o restante do Brasil mostra que Minas vai melhor que a média. Foram 461.411 vagas criadas no território nacional, o que representou um incremento de apenas 1,20% no total de postos. Menos da metade do registrado em Minas, portanto.
Também é positivo, analisando friamente os números, que o Estado seja o quinto que mais gera empregos entre as 27 unidades da federação. À frente estão três do Centro-Oeste – Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás – além de Santa Catarina.

Mas é bom que a comemoração não seja exagerada. Em julho do ano passado, o saldo de empregos em Minas era até melhor do que neste ano. A criação de vagas passava de 100 mil, o que representava 2,56%, pouco mais do que os 2,5% de hoje. No segundo semestre, porém, esse saldo diminuiu com o fechamento de vagas. É preciso levar em conta as sazonalidades, que impactam principalmente no agronegócio. Ainda assim, Minas terminou com um incremento de 2,10% no total de postos, acima do Brasil, que fechou em 1,48%.

Assim, é cedo ainda para dizer que há uma aceleração na retomada do emprego em Minas Gerais. De toda a forma, os seguidos números positivos em 2018 e 2019 dão uma perspectiva de que o pior pode mesmo estar ficando para trás.