A primeira pesquisa DataTempo/CP2 da corrida à Prefeitura de Belo Horizonte mostra uma vantagem tranquila para o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Claro que faltando mais de seis meses para a ida dos eleitores às urnas os números em si não querem dizer muita coisa. Mas a grande vantagem, essa sim, indica que o prefeito começa um caminho muito mais fácil do que o de outros governantes que costumam iniciar uma disputa como essa correndo atrás do prejuízo.

Mais do que os índice de intenção de voto, que variam entre 50% e 60%, o que é muito bom para Kalil é saber que sua rejeição está em patamares baixíssimos. Isso tende a inibir eventuais adversários. Se alguém olha e vê o prefeito à frente, mas indica algum foco de insatisfação, pode ensaiar uma estratégia para aproveitar disso. Mas se vê o prefeito sem sinais de desgaste após mais de três anos no cargo, a situação é bem mais difícil de ser revertida.

Não é só a boa pontuação de Kalil que chama a atenção no primeiro momento, mas a ausência de nomes que já consigam demonstrar viabilidade eleitoral. O único que tem citações representativas é Mauro Tramonte, que dificilmente deve concorrer. Ele vem sendo colocado como candidato com o intuito de pressionar o atual prefeito na definição de um vice. Aliás, um importante vice, considerando que são grandes as chances de Kalil disputar o governo dois anos depois.

Outro ponto a se tirar da pesquisa é que nunca PT e PSDB começaram tão mal a trajetória. Nenhum dos dois tem nomes conhecidos. No caso do PT a situação é pior, pois há vários nomes citados, de perfis diferentes, e não há nem sequer um norte sobre o que o partido pretende em BH.

No caso do PSDB, ao menos o partido tem um caminho definido. O nome de Luiza Barreto hoje é quase consensual. Mas parece muito mais uma tentativa de prepará-la para um futuro cargo de deputada do que propriamente de uma candidatura viável no cenário atual.

Completa-se o quadro o fato de que o Novo, partido do governador, nem sequer demonstrra união para começar sua empreitada.

Kalil terá uma longa campanha pela frente, mas não podia arrumar um jeito melhor de dar a largada.