As bobagens que fala o ministro da Educação, com ataques pessoais e piadas de mal gosto não nos permitem dizer que o país está indo para o caminho certo nessa área. Os contingenciamentos em meio à enorme demanda de investimento em um setor que deveria ser prioritário, igualmente. Não por acaso, essa é uma área em que a política pública é mal avaliada pelo cidadão brasileiro.

A pesquisa do Ibope contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a gestão da área, sob o comando de Abraham Weintraub, é desaprovada por 54% dos brasileiros.

Mas o problema da educação brasileira, como se sabe, está bem distante das trapalhadas do ministro atual, que tendem mesmo é a agravar o quadro. Claro. A situação a que chegou o ensino público no Brasil tem razões históricas e evidenciam um fracasso constante de todos os governos que passaram pelo país ao longo das últimas décadas. Inclui-se aí militares, tucanos, petistas, emedebistas, sem exceções, em governos de diversos níveis federativos.

E o lastimável quadro deixado após tanto tempo de descaso não tem raízes apenas nos atos de quem gerencia a educação. Tem participação importante de diversos setores da sociedade, incluindo aí, claro, a imprensa, as entidades religiosas e movimentos ideológicos que distorcem a realidade e contribuem para o vexame que se comprou por uma pesquisa recente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia.

A pesquisa que ouviu 2.206 jovens entre 14 e 24 anos mostrou que 93% deles não sabem dizer sequer um nome de um cientista brasileiro. Mais preocupante: 54% dos entrevistados acham que os cientistas podem estar exagerando quanto aos efeitos das mudanças climáticas, outros 40% não concordam que os humanos evoluíram e descendem de outros animais e 25% dizem acreditar que vacinar crianças pode ser perigoso. Se isso não for prova de fracasso da educação brasileira, não sei mais o que comprovaria.

Ouça o comentário do editor de Política Ricardo Corrêa: