Inteligência artificial

‘Robôs’ ampliam debate na web 

Especialistas em marketing digital alertam para cenário falso em redes sociais

Por Denise Motta
Publicado em 29 de março de 2015 | 03:00
 
 
 
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“Se você está malvestido e se olha no espelho, a culpa não é do espelho”. Com essa frase o estrategista em marketing digital Marcelo Vitorino resume a imagem do governo Dilma Rousseff. Em documento do Palácio do Planalto “vazado” há poucos dias, o PT analisa que perde de “goleada” para a oposição em redes sociais e cita o uso de “robôs” na web.

Para Vitorino, sócio da Presença Online e gestor de crise, o PT precisa mudar a postura para tentar recuperar sua própria credibilidade. “A população não dá a mínima para o que acontece no Twitter. O PT se preocupa com isso porque olha para o passado. O PT fala uma coisa e depois não faz. Qual a influência de um “robô”? Você não vai se deixar influenciar por uma pessoa que você não conhece, nunca ouviu falar”, ressalta o especialista.

Coordenador do Laboratório de Imagem e Cibercultura (Labic), Fábio Malini, diz que a histeria das redes sociais aliada à técnica de usar robôs é tática atual tanto do governo, quanto da oposição. E até mesmo de movimentos sociais. “É uma efeito manada e a imprensa repercute. Querem aniquilar as diferenças e isso é péssimo para a democracia. É preciso cuidado com esse cenário artificial”, afirma Malini.

Mas como funciona esse mecanismo de guerrilha virtual? O professor e coordenador da pós-graduação em marketing digital em redes sociais da Faculdade Guararapes, João Paulo Nogueira considera o dinamismo dos programadores o grande propulsor para que o uso da chamada inteligência artificial esteja, dia após dia, mais sofisticado no cenário político.

Apesar de o governo analisar que a oposição está ganhando de “goleada” nas redes sociais, o professor pondera na análise do cenário. “O jogo está equilibrado a favor e contra o governo. Eles misturam robôs com a militância orgânica. Há uma discussão política muito grande nas redes sociais. As eleições passaram, mas parece que estamos no terceiro turno nas redes sociais”.

O professor ainda analisa que a crise somada à baixa popularidade do governo está relacionada com o acirramento orgânico nas redes sociais, impulsionado pelos robôs, o exército digital que empunha as bandeiras azul e vermelha.

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Automatizado. “Os robôs que atuaram na campanha foram desligados e a movimentação dos candidatos do PT foram encerradas”, dizia o documento ‘vazado’ da Presidência da República.

 

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