Apoiado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados na disputa pelo comando da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) que acontece no dia 1º de fevereiro, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) é considerado um nome que deve dar continuidade à linha adotada por Maia nos últimos anos. O parlamentar, que está em seu segundo mandato na Casa, também é apoiado pela bancada do PT, a maior do Legislativo federal, que conta com 52 deputados, e por outras siglas de oposição.
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O nome de Baleia Rossi foi escolhido para se contrapor ao de Arthur Lira (PP-SP), que representa o grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e tem no arco de apoio os partidos do centrão. Rossi é líder do MDB na Câmara e também é filho do ex-deputado e ex-ministro Wagner Rossi, que comandou a pasta da Agricultura nas gestões de Lula e Dilma, entre os anos de 2010 e 2011.
O apoio dos petistas deixa o cenário mais difícil para a eleição de Arthur Lira. Pelas estimativas mais recentes, Baleia Rossi somaria 261 votos a seu favor. Isso porque ele conseguiu angariar o apoio de 11 siglas: PT, PDT, PSB, PCdoB, MDB, Democratas, PSDB, PSL, Cidadania, PV e Rede. São necessários 257 votos para que o novo presidente da Câmara seja eleito. Ele também vem se articulando para conquistar o apoio do PSOL, que possui dez representantes na Câmara.
O parlamentar, que é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, também já atuou como secretário municipal de esportes em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, cidade pela qual também foi vereador entre 1993 e 2003. Baleia Rossi também já foi deputado estadual por São Paulo entre 2003 e 2015.
Em uma clara demonstração da tônica que deve seguir caso seja eleito, o emedebista afirmou, durante o anúncio oficial de seu nome à disputa, ainda no fim do ano passado, que defende uma Câmara independente e que tem “ódio e nojo das ditaduras”, fazendo um paralelo com o discurso utilizado pelo ex-deputado Ulysses Guimarães, que foi presidente da Assembleia Constituinte.
Com isso, Baleia Rossi deixa claro o distanciamento com os grupos próximos ao presidente Jair Bolsonaro, assim como Maia já vinha fazendo nos últimos meses. O presidente e seus apoiadores por diversas vezes já deram declarações públicas minimizando e até negando os impactos do regime militar na sociedade brasileira.