Santa Luzia terá tarifa zero nos ônibus aos domingos e feriados

O prefeito de Santa Luzia, Pastor Sérgio (PSD), anunciou que a cidade terá transporte gratuito aos domingos e feriados nos ônibus do município. A medida começa a valer a partir do primeiro domingo de agosto. O acordo sobre a nova regra foi divulgado nesta sexta-feira (30), durante audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. 

“A minuta do projeto está sendo trabalhada e o projeto será entregue aos vereadores até o dia 15  de julho e tenho certeza que os vereadores terão agilidade para conduzir este processo”, destacou. A audiência foi convocada pelo deputado Delegado Christiano Xavier (PSD), que foi prefeito de Santa Luzia, e contou com a presença de diversos vereadores da cidade na plateia.

Atualmente, segundo dados da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), 13 municípios mineiros contam com algum tipo de “Tarifa Zero”: Abaeté, Itatiaiuçu, Mariana e Ouro Branco, na Região Central; Caeté, Ibirité e São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); Campo Belo, Cláudio e Lagoa da Prata, no Centro-Oeste mineiro; São Lourenço e Muzambinho, no Sul de Minas; e Monte Carmelo, no Alto Paranaíba.

A audiência ouviu prefeitos e representantes da cidades, que indicaram ser possível avançar neste modelo. Um dos coordenadores do movimento Tarifa Zero em Minas, André Veloso, defendeu que as cidades que implementam este tipo de modelo no transporte público acabam tendo retorno com desenvolvimento econômico e social.

Veloso lembrou que uma economia inicial seria com o fim da compra de vales transportes, tanto pelo serviço público quanto pela iniciativa privada. “As empresas, que não terão mais este gasto com o transporte de funcionários, podem contribuir de outras formas. Mas existem várias formas que os municípios podem utilizar para conseguir arcar com os custos do processo”, afirmou.

Prefeitos defendem

O prefeito de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Lucas Coelho Ferreira, tomou a palavra para defender o modelo. Segundo ele, a política pública implantada mudou a vida da população da cidade. “Parecia uma ideia utópica, mas deu certo”, falou.

“Vimos que pessoas que não trabalhavam em regiões diferentes de onde moravam começaram a trabalhar. A família começou a andar de ônibus pela cidade. Antes, uma mãe com dois filhos gastava no transporte cerca de R$ 30 para ir e voltar. Isso impactava nas suas finanças. Então muitas vezes não podia ir", disse em uma fala repetida pelos demais.

Em Belo Horizonte

André Veloso pediu apoio dos deputados estaduais para pressionar o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), para que mantenha a gratuidade no transporte público nos domingos e feriados. “Todo mundo aqui (cidades que tem passe livre) é testemunha de como a tarifa zero pode contribuir pela melhoria de vida da população”, afirmou.

O avanço da proposta de gratuidade de passagens em Belo Horizonte - incluída no pacote de negociações entre Prefeitura, empresas de ônibus e Câmara dos vereadores para ofertar subsídios ao transporte público em troca de redução no preço das passagens - trouxe passagens gratuitas para o transporte público em vilas e favelas, passe livre estudantil integral, mulheres vítimas de violência, entre outros grupos. No entanto, o acordo não previa gratuidade aos domingos e feriados e esse trecho deve ser vetado pelo prefeito da capital.

Em entrevista a O TEMPO nesta sexta-feira, o presidente da Câmara, vereador Gabriel Azevedo (sem partido) confirmou a possibilidade de veto deste trecho da proposta, mas comemorou o avanços obtidos para facilitar a mobilidade da população mais pobre de Belo Horizonte.