O secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Cássio Rocha de Azevedo, está de saída do cargo. Ele teria pedido para deixar o governo por motivos pessoais, mais especificamente por um tratamento de saúde pelo qual tem passado.

A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial “Minas Gerais”, e o governo de Romeu Zema não confirma a informação. Um nome substituto que agrada é o do secretário adjunto da pasta, Fernando Passalio, que, na prática, já responde pela secretaria nas ausências frequentes do titular.

O secretário geral do Estado, Mateus Simões, disse que o governo acompanha de perto o caso. “A situação de saúde do secretário Cássio não tem apresentado melhoras e, de alguma forma, é possível que ele tenha de se dedicar em tempo integral ao seu tratamento, em algum momento próximo. Mas não há uma definição ainda consolidada”, afirmou. Simões negou que o secretário tenha pedido exoneração.

Cássio Rocha de Azevedo é empresário e sócio-fundador da AeC, empresa de tecnologia que presta serviços de call center e de relacionamento com o cliente. Um dos contratos da empresa é com a Cemig, no valor de R$ 118 milhões por cinco anos. 

Segundo parlamentares que acompanham o funcionamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) mais de perto, Cássio Azevedo, pouco atuou como secretário desde que foi nomeado em março de 2020, já que foi obrigado a se manter distante do dia a dia da pasta em razão de seu estado de saúde.

Nos períodos de afastamento, quem tem sido o secretário de fato é o adjunto, Fernando Passalio, que é filiado ao Novo e servidor de carreira da secretaria. O nome dele é bem visto para ocupar o cargo, agora de forma oficial.

O trabalho que Passalio está desempenhando na Sede é elogiado não apenas por deputados da base do governo na Assembleia Legislativa, mas também por deputados do bloco independente. 

“O Passalio tem atuado muito bem na atração de investimentos para o Estado e também na elaboração do Minas Consciente”, disse um parlamentar, se referindo ao programa estadual que determina o que pode ou não funcionar em cada região conforme os indicadores da pandemia.

Em dezembro, Passalio foi o responsável por fazer o balanço anual da Sede em uma coletiva de imprensa, tarefa que normalmente cabe ao titular de cada pasta – no mesmo dia, por exemplo, o secretário de Infraestrutura, Fernando Marcato, apresentou as ações de sua secretaria.

Na ocasião, o adjunto da Sede disse que 47% dos protocolos de investimento em Minas Gerais assinados por empresas em 2019 e 2020 estavam se convertendo em obras e empregos. Foram 226 projetos atraídos no período, que somam R$ 87,7 bilhões em intenção de investimentos com potencial para gerar 39 mil empregos no Estado. “Tão importante como assinar um protocolo de intenção é que ele realmente vire realidade”, disse Passalio, à época.

A reportagem entrou em contato com a Sede para tentar falar com o secretário, Cássio Rocha de Azevedo, e o secretário adjunto, Fernando Passalio, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Posto pode ter o terceiro nome desde início da gestão 

Confirmada a saída de Cássio Rocha de Azevedo, o governo de Romeu Zema terá o terceiro secretário de Desenvolvimento Econômico desde o início do governo.

O primeiro a comandar a pasta no atual governo foi Manoel Vítor. Ele ficou no cargo até setembro de 2019, mas pediu para sair alegando motivos pessoais. Uma das razões era o desejo dele de voltar para a iniciativa privada. 

O ex-secretário foi um dos responsáveis pela montagem das equipes de diretorias e conselhos das empresas estatais. Na ocasião de sua saída, nota divulgada à imprensa disse que ele se tornou conselheiro de Zema.

“Além de prestigiar a administração com seu conhecimento e sabedoria, Manoel Vítor tornou-se amigo e conselheiro do governador”, dizia o texto que informava o desligamento.

Um mês depois, em outubro de 2019, Zema anunciou que o novo chefe da Sede seria Azevedo, cuja indicação foi defendida por integrantes do Novo.
Porém, Azevedo demorou cinco meses para assumir. A nomeação dele só foi publicada no Diário Oficial Minas Gerais em março de 2020. A explicação dada pela assessoria dele foi de que o empresário sempre foi ativo na iniciativa privada e estava se desincompatibilizando de suas funções.