Imediatamente após o governador Romeu Zema (Novo) anunciar recomposição de 10% para o funcionalismo público, deputados e lideranças da segurança pública rejeitaram a proposta e convocaram nova manifestação para sexta-feira (25) na Cidade Administrativa, às 9h.
A categoria, que está em greve desde segunda-feira, pleitea a recomposição de 24%, que Zema concordou em conceder em 2019, mas voltou atrás e vetou.
Diversas lideranças afirmaram que a proposta de Zema "caiu como uma bomba" e que os agentes da segurança estão revoltados.
"Não aceitarão esse deboche, esse escárnio, esse desafio que a equipe do governo Zema fez conosco", disse o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB) durante coletiva de imprensa.
Segundo ele, a situação vai piorar. "Se vocês tiverem notícia que alguém se aquartelou, que as viaturas estão trancadas no pátio, que não haverá escolta, não haverá visita de preso, é a reação natural que vai acontecer a partir desse anúncio do governador Romeu Zema. Irresponsável e moleque no trato com a segurança pública", acrescentou.
O governo também propôs que o auxílio-fardamento passe de uma parcela única paga em abril para três parcelas anuais pagas em março, junho e outubro. Cada parcela representa 40% do salário do soldado. Com a recomposição de 10%, cada parcela girará em torno de R$ 2 mil.
Este ponto também foi criticado porque, na prática, vai aproximar os vencimentos dos servidores ativos dos inativos, o que, segundo as lideranças, representa a quebra de um pacto geracional.
"Esse auxílio que ele propôs para os policiais da ativa não necessariamente será permanente e ainda assim está bem aquém da recomposição real que nós merecemos e que é justa para todos os servidores", disse Wemerson Oliveira, assessor do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol-MG). Segundo ele, há possibilidade de a corporação parar 100% dos serviços diante da insatisfação com o governo.
Também estiveram presentes na coletiva de imprensa os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT), Cabo Júnio Amaral (PSL) e o deputado estadual Coronel Sandro (PSL), além de lideranças sindicais dos policiais militares, bombeiros, policiais penais e agentes socioeducativos.