BRASÍLIA - O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que as Forças Armadas devem respeitar o resultado do julgamento da ação penal da suposta trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros militares.

Após um almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, no Palácio da Alvorada, Múcio disse que aos militares cabe apenas aguardar o veredicto.

"O lema das Forças Armadas é respeitar a decisão da justiça. Esse assunto é um problema da justiça e da política. As Forças Armadas são uma coisa diferente, servem ao país. Então nós estamos conscientes de que tínhamos que passar por isso tudo. Estamos serenos e aguardando o veredicto", declarou, na sexta-feira (6/9).

Desde o início do governo, quando questionado sobre o afastamento de militares devido aos atos de 8 de janeiro de 2023, José Múcio tem dito que para isso acontecer, é necessário que a Justiça aponte quais membros das Forças Armadas teriam se envolvido na invasão aos prédios dos três Poderes.

Questionado sobre o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, que pode beneficiar Bolsonaro, o ministro da Defesa evitou se posicionar sobre o tema. Em outras ocasiões, ele já tinha indicado ser favorável a uma redução de penas para quem não praticou atos violentos durante a invasão ao prédio dos Três Poderes.

"Acho que se for discutir de uma forma construtiva e não para Poder concorrer com Poder, para fazer avaliação de força de quem manda mais, eu acho que essa queda de braço não serve ao país", comentou.

De acordo com Múcio, os temas da anistia e do julgamento não estiveram em pauta no almoço com Lula e a cúpula militar. A intenção do encontro é que sirva como uma tentativa de maior aproximação do presidente com os chefes militares.