ALÍVIO

Sob ameaça de atraso salarial, servidores de MG lembram experiência: ‘desespero'

Alternativa ao RRF de Zema, proposta apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco ao governo deve garantir pagamentos do funcionalismo em dia

Por O TEMPO
Publicado em 28 de novembro de 2023 | 07:30
 
 
 
normal

Mesmo temendo a possibilidade de, novamente, ter os salários parcelados ou atrasados, os servidores públicos mineiros parecem ter alguma esperança de continuarem a receber os pagamentos em dia, por causa da proposta alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governador Romeu Zema (Novo), apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao presidente Lula (PT).

Entre 2016 e 2021, o funcionalismo mineiro teve pagamentos parcelados e 13º atrasado, o que, segundo o vice-governador Mateus Simões (Novo), poderia se repetir sem a adesão do Estado ao RRF. Mesmo diante da possibilidade, os próprios servidores se mobilizaram contra a adesão ao regime, e alguns recordam a experiência de passarem meses com os salários atrasados.

Confira o depoimento de alguns servidores do Estado sobre os transtornos enfrentados por eles durante o período de parcelamento dos salários e atraso do 13º: 

Esse parcelamento trouxe muitos transtornos, porque as contas não esperam, as contas estaduais inclusive, da Cemig, da Copasa, a gente tem que fazer malabarismo com a parcela para poder pagar e muitas vezes acaba pagando além por causa dos juros. Aqui eu tive que administrar, ficava devendo, pagava juros, a gente entra em desespero, entra em pânico, porque não consegue honrar as contas. Em virtude dessa situação, eu entendi que tinha que entrar para a luta sindical e fazer esse enfrentamento contra o parcelamento, contra a falta de pagamento do 13º e assim estou até hoje, lutando contra o RRF, mas ressaltando que pagar o salário em dia, a remuneração do servidor, o 13º e as outras vantagens não é um favor, é uma obrigação. Aline Risi dos Santos, diretora de Assuntos da Mulher do Sindicato dos Escrivães de Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindep/MG).

Foi lastimável. Eu tinha dois cargos no Estado e era impossível fazer alguma coisa, não tinha certeza de como nem quando viria o pagamento. Na época natalina, não tinha esperança de receber o 13º, e o que restava era recorrer aos empréstimos, que viram uma bola de neve, até hoje preciso lidar com os resquícios desses empréstimos. Outra coisa é que para driblar esses atrasos, a gente deixava de pagar uma ou outra conta, adiava compromissos. Eu vejo que muitos colegas precisam até hoje driblar essa situação com venda de produtos, sempre tem uma professora fazendo alguma coisa diferente do ofício na educação, com outro emprego informal. E um aspecto importante é que eu não tenho filhos, mas para aqueles que têm, a situação era ainda mais assustadora, muito mais penosa. Nancy Maria da Silva, professora de História do Colégio Tiradentes.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!