Câmara de BH

Vereadora dispara contra Gabriel: ‘violência política’ e ‘falta de equilíbrio'

Em mensagem enviada a grupo de WhatsApp de vereadores, Flávia Borja (PP) cobrou retratação pública do presidente após ser acusada de “ter preço na testa e “falsa cristã

Por Gabriel Ferreira Borges e Franco Malheiro
Publicado em 13 de julho de 2023 | 11:31
 
 
 
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A vereadora Flávia Borja (PP) cobrou uma retratação pública do presidente da Câmara de BH, Gabriel Azevedo, após ser acusada de “ter preço na testa” e “falsa cristã” ao recuar em apresentar o relatório alternativo ao do relator da CPI da Pampulha, Braulio Lara (Novo). O TEMPO teve acesso às mensagens encaminhadas ainda na noite dessa quarta-feira (12/7) ao grupo de WhatsApp dos vereadores.

Flávia afirmou que a “violência política” e a “falta de equilíbrio” de Gabriel a chocaram. “Isso é um absurdo! Está mesmo questionando a minha fé, meu caráter e minha conduta?? Está questionando os meus atos, sendo que agimos regimentalmente? Que todos aqui possam ver o que você fez!”, desabafou a vereadora, que ainda encaminhou o vídeo da entrevista do presidente da Câmara de BH após a derrota na CPI da Pampulha. 

Após as declarações, Gabriel chegou a se desculpar a Flávia “pelo tom e pelas palavras que mencionei”. Porém, de acordo com a vereadora, quando o presidente a procurou, ela ainda não havia visto as declarações. “Não tinha conhecimento disso quando você me abordou hoje na Casa da Dinda (anexo ao plenário da Câmara de acesso restrito), me pedindo desculpas na frente de todos os vereadores. Abri meu coração com você! Sinceramente!”, disse ela.

Questionado se iria se retratar publicamente, Gabriel reafirmou que já conversou com Flávia e, também, se desculpou em plenário. “O meu posicionamento ontem (12/7) em plenário era em relação a tudo que se deu no contexto da CPI. Posso reafirmar tudo que já afirmei ontem e insisto: uma CPI não deveria terminar sem relatório da maneira que se deu. Isso fez com que outra CPI fosse criada para que o trabalho siga em frente”, pontuou o presidente.

Quando se desculpou, Gabriel até chegou a citar o marido de Flávia e ex-vereador Fernando Borja (Avante). Durante essa quarta, após as acusações, Fernando acompanhou a parlamentar durante a reunião em plenário, inclusive nas votações.

Após Flávia retirar o relatório alternativo, Gabriel a acusou de ser fariseu, que, no cristianismo, é considerado alguém hipócrita. “É uma pessoa que usa o nome de Deus em vão, que é muito valente para falar disso e daquilo, mas se vende. Fariseu! Falsa cristã! Muito valente no plenário para fazer chicana, para fazer prosopopeia, para protocolar projeto de lei inútil para ganhar like na internet. Na hora que o caráter é testado, falha. Falha diante de Deus, da igreja e dos seus eleitores”, criticou ele.

Gabriel ainda disse que Flávia teria abandonado as suas convicções. “Ela protocolou um relatório às 15h59 e não foi ela quem escreveu. Repetiu tudo do Braulio, só tirou o (pedido de indiciamento) do ‘Josué Bandidão’. Isso é falta de caráter. Isso é ter preço na testa. Tem que falar isso, sim. Não vou esconder isso, não. Tem parlamentar aqui com preço na testa. Fala de Deus, mas obedece o demônio. Fala de Deus, mas serve a quem não tem caráter”, afirmou.

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