O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), reagiu com ataques à sua derrota na CPI da Lagoa da Pampulha, quando uma articulação da base de apoio ao prefeito Fuad Noman (PSD) foi capaz de impedir a votação do relatório final da comissão que pretendia indiciar servidores do primeiro escalão da administração municipal. 

A derrota, uma das poucas enfrentadas por Gabriel desde que ele assumiu a presidência do Legislativo municipal, em dezembro do ano passado, teve um alvo principal: o secretário de Governo Josué Valadão, a quem Gabriel disse que irá se referir apenas como "Josué Bandidão".

"É patético ver um secretário que deveria estar na cadeia se sentindo o cardeal Richelieu de Belo Horizonte", disse, em referência ao primeiro ministro do rei Luis XIII, um dos criadores do absolutismo francês. 

Gabriel Azevedo ainda chamou o secretário de "bandido", "sem caráter" e "pai do Wellington Magalhães" ex-presidente da Câmara condenado por lavagem de dinheiro e por integrar uma organização criminosa.

O presidente da Câmara estendeu sua revolta a outro vereadores. Ele chamou de "palhaçada" a manobra adotada pelo presidente da CPI da Pampulha, vereador Juliano Lopes (Agir), com quem Gabriel tem um acordo para dividir a presidência do Legislativo no próximo ano. Na última segunda-feira, inclusive, em entrevista à FM O Tempo, o parlamentar reafirmou que cumprirá seu acordo com Lopes. 

Ele também atacou a vereadora Flávia Borja (PP), que retirou de pauta o relatório alternativo da comissão. Ele chegou a chamar a vereadora, durante entrevistas e durante fala na CPI de "falsa cristã".

"Tem uma parlamentar aqui com preço na testa. Fala de Deus, mas obedece a quem não tem caráter", disse. "Diz que é muito cristã, mas não é. Fariseu. Diz que tem valores, mas se vende", acrescentou Gabriel.