A vereadora Loíde Gonçalves, do Podemos, disse ter se sentido coagida a votar a favor da cassação do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), por parte do seu partido. Loíde assumiu o cargo de vereadora em 2022, após Nely Aquino, presidente estadual do partido, deixar a Casa para assumir o cargo de deputada federal. Nely faz parte da chamada ‘família Aro’, grupo de políticos ligados ao ex-deputado e atual secretário de Estado, Marcelo Aro (PP).
“Em setembro, eu recebi uma carta da direção estadual do partido solicitando que eu votasse a favor da cassação do presidente. Eu acho que os vereadores precisam ser independentes. A gente não pode já falar que vai votar a favor sem que nem foi apurado. Era muito cedo para eu decidir e, naquele momento, me senti um pouco coagida devido à gravidade do que estava acontecendo naquele período”, afirmou Loíde em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7.
Durante a conversa, Loíde classificou o processo de cassação de Gabriel Azevedo como “sem cabimento”, e atribuiu nota 10 ao presidente da Casa. Por outro lado, a vereadora atribuiu nota 6 à presidente do seu partido, Nely Aquino, e ao secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, mas negou um desentendimento dentro da própria legenda.
“Eu tenho uma relação muito boa com o partido, não tenho problema nenhum com a deputada federal Nely Aquino. Estou no partido porque eu me identifico com ele, por questões da ideologia e do estatuto dele. Eu não tenho problema nenhum com meus colegas. Também tenho uma relação boa, tanto com o prefeito Fuad Noman, quanto com o presidente da Câmara. Eu fui eleita pelo povo. Não teve discussão: ‘você é da família’. Não, eu represento o povo e a cidade, sempre gostei de ser independente”.
Sobre a possibilidade de tentar se reeleger ao cargo de vereadora pelo Podemos, Loíde disse que está “estudando”, mas que deve esperar o fim de março para tomar uma decisão, que é quando abre a janela partidária e políticos podem decidir trocar de partidos.