O cantor e compositor Lô Borges faleceu após ter o quadro de saúde agravado por uma intoxicação medicamentosa. Ele estava internado desde o início de outubro e faleceu no domingo (2/11), às 20h, em decorrência da falência múltipla de órgãos. Nos últimos dias, estava passando por hemodiálise e precisou de uma traqueostomia.
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Entenda o que é a intoxicação medicamentosa e por que ela ocorre:
O que é intoxicação medicamentosa
A intoxicação medicamentosa é um grave problema de saúde pública no Brasil. Entre 2010 e 2017, mais de 280 mil casos foram registrados, mais da metade de todas as intoxicações notificadas no período. O quadro pode ocorrer por uso excessivo de medicamentos, interações com outras substâncias ou erros na administração, incluindo casos acidentais ou intencionais.
Entre as principais causas estão a automedicação, a má interpretação de receitas médicas e o uso indevido de remédios de venda livre. Os medicamentos que mais provocam intoxicações são os que atuam no sistema nervoso central (como ansiolíticos, antidepressivos e sedativos), seguidos de analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos.
A pesquisadora Maria de Fátima Leite, do INCT Hepatologia 360º (UFMG), explica que “embora a intoxicação medicamentosa não seja necessariamente uma doença hepática primária, ela pode desencadear ou agravar danos ao fígado e aos demais órgãos, acelerando o que chamamos de comprometimento sistêmico”.
Além disso, ela ressalta que “O fígado, como órgão central do metabolismo de fármacos, está entre os primeiros a sofrer com falhas no processamento de substâncias em excesso ou mal indicadas. Sistemas de hemodiálise, traqueostomia e ventilação mecânica, como os que o artista teve, são sinais de comprometimento grave e tardio.”
Sintomas da intoxicação medicamentosa
Os sintomas incluem vômitos, tontura, sonolência, palpitações, confusão mental e perda de consciência. Diante de qualquer sinal, é essencial buscar atendimento médico imediato. É importante ressaltar que práticas caseiras como induzir vômito ou oferecer leite não são recomendadas.
O tratamento deve ser feito em ambiente hospitalar, podendo envolver antídotos ou lavagem gástrica, conforme o caso.
A prevenção é a melhor forma de evitar o problema: ler as bulas, nunca se automedicar, manter remédios fora do alcance das crianças e garantir a clareza das prescrições médicas.