É comum se deparar na internet com médicos, nutricionistas e internautas preocupados com o índice de gordura elevado no corpo, e as consequências que o sobrepeso e a obesidade podem trazer ao longo da vida. O contrário, costuma ser aplaudido, e pessoas com o corpo seco e musculoso são vistas como exemplo a ser seguido. Contrariando a teoria, a influencer Aline Steffens viralizou no Tik Tok ao contar que está sofrendo problemas de saúde por ser ‘sarada’ demais. O desabafo serve como um alerta, e especialistas enfatizam que a magreza excessiva não é sinônimo de saúde.
Emocionada, Aline confessa que tem uma rotina de treinos pesada e uma alimentação regrada. O excesso tem causado dores e canelite nas pernas da jovem, que tem apenas 8% de gordura corporal.
“Eu estou tendo muito mais lesão do que eu gostaria, e a gente acha que isso está envolvido sim com a minha quantidade de carboidrato em relação à quantidade de treino que eu faço e em relação ao meu percentual de gordura”, explicou Steffens.
As lesões têm afastado a jovem de competições, corridas, além de causar incômodo em seu cotidiano.
eu juro que tentei me conter… mas não consegui segurar no final, só queria mostrar que nem tudo são flores
♬ original sound - Aline Steffens
Alerta médico
Respeitar os limites do corpo, ter dias de descanso e seguir uma alimentação completa, sem muitas restrições, também são passos essenciais para manter o estilo de vida saudável. Bruno Sander, médico especialista em emagrecimento, afirma que pessoas muito magras, com o índice de gordura baixo, também preocupam:
“Nem sempre estar magro demais é sinal de saúde. Às vezes, é o contrário de isso. Muitos pacientes buscam uma magreza excessiva cortando grupos alimentares importantes. E eles fazem porque viram algum influenciador fazendo uma dieta da moda e querem fazer igual. Isso não é saudável. O saudável é a reeducação alimentar, é poder comer um pouco de tudo, de forma regular. Saudável é dividir porções, comer carboidrato, proteína, saladas, vegetais e distribuir tudo isso na alimentação”, explica Sander.
Os números recomendados para um percentual de gordura saudável, principalmente para a mulher, é de 18% a 25%. Valores muito abaixo do indicado podem trazer deficiência de vitaminas, lesões e até doenças que são comuns em pessoas mais velhas, como osteoporose.
“Além de ser uma reserva alimentar, a gordura vai funcionar também, a grosso modo, como se fosse almofadas corporais impedindo que tenhamos um choque aumentado com superfícies duras. Então, se a quantidade de gordura estiver diminuída, a tendência é que nós tenhamos mais dores ao caminhar, ao correr. Se tem pouca gordura corporal também, nós vamos ter menos tolerância a ficar mais tempo sem se alimentar, o que pode fazer o paciente ter hipoglicemia”, explica Sander.
Pode treinar todos os dias?
Outro alerta dado pelo especialista é em relação à prática de atividades físicas que, se feitas em excesso, também podem ser prejudiciais ao corpo. “Os dias de descanso entre os treinos são muito importantes, principalmente no caso de hipertrofia muscular, porque os grupos musculares, as fibras, elas precisam de descanso para que elas cresçam. Então, o intervalo entre um treino um e outro daquele grupo de fibras musculares tem de ser de mais ou menos 48 horas de descanso”, explica.