Pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália (University of South Australia - UniSA) podem ter revelado que o ovo frito, afinal de contas, não é o grande 'vilão' do colesterol. Um novo estudo, publicado na Science Daily nesta segunda-feira 28/7), sugere que o consumo de ovos não aumenta os níveis de colesterol LDL, conhecido como "colesterol ruim".
A pesquisa procura elucidar uma questão que, há décadas, preocupa médicos e consumidores: se os ovos realmente são responsáveis por aumentar significativamente o colesterol, como se acreditava há décadas.
Para responder à questão, os cientistas examinaram separadamente os efeitos do colesterol dietético e da gordura saturada sobre o colesterol LDL. Os resultados, porém, mostram que consumir dois ovos diariamente pode reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim) e diminuir o risco de doenças cardiovasculares (DCV).
"Os ovos têm sido injustamente criticados por recomendações dietéticas ultrapassadas," afirma o professor Jon Buckley, pesquisador principal do estudo. "Eles são únicos - sim, têm alto teor de colesterol, mas são baixos em gordura saturada. No entanto, é o nível de colesterol que frequentemente fez as pessoas questionarem seu lugar em uma dieta saudável.", explicou.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte mundial, causando aproximadamente 18 milhões de óbitos por ano. Na Austrália, onde o estudo foi publicado, uma pessoa morre de doenças cardiovasculares a cada 12 minutos, representando 25% de todas as mortes no país.
"Em vez disso, foi a gordura saturada que se mostrou o verdadeiro responsável pela elevação do colesterol," explica o professor Buckley. "Então, quando se trata de um café da manhã completo, não são os ovos que devem causar preocupação, e sim a porção extra de bacon ou a linguiça que provavelmente terá mais impacto na saúde do seu coração.", comentou, já que em determinados países, é muito comum o consumo desses produtos na primeira refeição do dia.
Pelos resultados favoráveis, a pesquisa sugere que as diretrizes alimentares precisam ser atualizadas para incorporar essas novas evidências científicas. A ideia principal é que os ovos, em diferentes preparos (frito, mexido, cozido, etc) podem ser incluídos regularmente em uma dieta saudável para o coração, desde que o consumo de alimentos ricos em gordura saturada seja controlado.