A Síndrome de Kleine-Levin, popularmente conhecida como Síndrome da Bela Adormecida, é um distúrbio neurológico raro que provoca sono excessivo nos pacientes. Os portadores desta condição dormem entre 16 e 20 horas diariamente, muito acima das seis a nove horas recomendadas para adultos saudáveis. Na maior parte dos casos, os afetados despertam apenas para realizar necessidades básicas, como alimentação e idas ao banheiro.
Além do sono prolongado, os pacientes apresentam dificuldades de concentração, problemas de raciocínio e lapsos de memória. Durante os breves períodos de vigília, podem manifestar comportamentos compulsivos, principalmente relacionados à alimentação.
A causa exata da síndrome ainda não foi completamente esclarecida pela ciência. Pesquisadores acreditam que fatores genéticos possam estar envolvidos no desenvolvimento da condição. Situações de estresse intenso e o uso de certas substâncias são considerados possíveis gatilhos para o aparecimento dos sintomas.
Os registros médicos documentam aproximadamente 500 casos em publicações científicas até hoje. A prevalência estimada é de cinco indivíduos afetados para cada milhão de habitantes no mundo. Os dados mostram que 70% dos diagnosticados são do sexo masculino, embora a condição possa afetar ambos os sexos.
Os sintomas geralmente surgem durante a adolescência e persistem até por volta dos 14 anos de idade. Em alguns pacientes, os sintomas diminuem gradualmente ou desaparecem completamente com o tempo.
O diagnóstico é confirmado quando os sintomas característicos persistem por pelo menos dois dias consecutivos. Os episódios duram em média 10 dias, mas podem se estender por várias semanas. Um caso extremo registrado na literatura médica documenta um paciente que apresentou sintomas ininterruptos por 70 dias.
Para o tratamento da Síndrome da Bela Adormecida, os médicos podem prescrever lítio, esteroides administrados por via intravenosa ou medicamentos estimulantes. Estas intervenções farmacológicas buscam reduzir a intensidade dos episódios e diminuir sua frequência, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.