Recentemente, vídeos de pessoas utilizando escovas de dente elétricas têm ganhado destaque no TikTok. Diversas pessoas estão compartilhando suas experiências com diferentes modelos e marcas, frequentemente ressaltando benefícios como a remoção mais eficaz da placa bacteriana e a praticidade na rotina de higiene bucal.
Entre os modelos mais comentados estão os da Oral-B, como a linha iO, com tecnologias de rotação e oscilação, e os da Philips Sonicare, com destaque para a linha Sonic Pro, que promete uma limpeza profissional. Também aparecem na rede social escovas elétricas de marcas menos conhecidas, com preços mais acessíveis.
Em meio a esse movimento, surgem perguntas sobre o uso e a indicação deste tipo de escova. Todas as pessoas podem utilizar? Qual é a maneira correta de manuseio? Qual a diferença da elétrica para o modelo tradicional? Os preços vendidos na internet determinam a qualidade do produto? A seguir, Bianca Zambiasi, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), responde algumas dúvidas:
Para quem é indicada a escova elétrica? Do ponto de vista clínico, as escovas de dentes elétricas são indicadas para pacientes com algum tipo de dificuldade motora, como, por exemplo, idosos, crianças ou pacientes que possuam alguma restrição de mobilidade nos membros superiores. Para a população em geral, a escolha entre escova elétrica ou tradicional é pessoal.
Cuidados na hora de escolher: A principal questão em relação às escovas de dentes, elétricas ou tradicionais, é a densidade das cerdas. Elas precisam, necessariamente, ter cerdas extras ou ultra macias. Escovas com cerdas duras podem provocar danos ao esmalte dos dentes e retrações gengivais graves, especialmente quando a escovação é feita com força exagerada. Há ainda o risco de as cerdas se soltarem e machucar a mucosa oral.
Preços: Algumas escovas elétricas vendidas no Brasil possuem sensores de força e tecnologias avançadas, mas seu preço elevado pode torná-las inacessíveis para grande parte da população. Desta forma, a grande preocupação em relação aos vídeos que estão viralizando nas redes sociais, com pessoas fazendo uso de escovas elétricas compradas a preços muito baixos nas plataformas de e-commerce, é em relação à densidade e qualidade das cerdas.
Regularização: Outra questão que deve ser observada é que, em boa parte dos casos, esses produtos muito baratos não possuem venda regularizada no Brasil e não são aprovados pelos órgãos de vigilância sanitária. Ou seja, não há garantias sobre sua qualidade, eficácia e segurança.
Orientação: O Conselho Federal de Odontologia orienta que a saúde bucal não seja colocada em risco por modismos da internet. É importante que a população saiba que as escovas de dentes tradicionais, com cerdas extra ou ultra macias, são tão eficientes quanto os produtos elétricos regulamentados.
A orientação é que a escovação seja feita sempre após as principais refeições ou, no mínimo, duas vezes ao dia, sempre de forma delicada e com uso de creme dental fluoretado. Uma boa rotina de higiene bucal é o que fará a diferença para o combate à doença cárie, independentemente do modelo de escova escolhido pelo paciente.