Apesar do 'tabu' acerca do assunto, no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 6,4 mil homens tiveram o pênis amputado nos últimos 10 anos devido ao câncer de pênis. A doença pode ser causada por vários fatores, entre eles, a má higine do órgão genital.
Entenda:
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pênis é um tumor maligno que afeta principalmente homens com mais de 50 anos e pode levar à amputação parcial ou total do órgão quando diagnosticado em estágio avançado. A doença, que representa 2% dos casos oncológicos masculinos no Brasil, tem maior prevalência nas regiões Norte e Nordeste do país. Os principais fatores de risco incluem infecção pelo HPV, higiene íntima inadequada e ausência de circuncisão.
Os sinais de alerta incluem feridas ou úlceras persistentes no pênis, tumorações na glande (a "cabeça" do pênis), no corpo do órgão ou na pele que o reveste. Secreção branca, aumento anormal do tecido e presença de gânglios inguinais ou nódulos na virilha também podem indicar a doença, sendo este último um possível sinal de metástase.
Estudos científicos demonstram forte correlação entre a infecção pelo HPV e o surgimento deste tipo de tumor. Além disso, baixas condições socioeconômicas e educacionais, práticas inadequadas de higiene íntima e o estreitamento do prepúcio são fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
O diagnóstico é realizado por meio de avaliação clínica por médico especialista, seguida de biópsia incisional (remoção de pequena amostra de tecido para análise) para diferenciar lesões malignas das pré-cancerosas e benignas. Quando identificado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta alta taxa de cura, mas os dados mostram que mais da metade dos pacientes espera até um ano após o surgimento das primeiras lesões para buscar ajuda médica.
Os mecanismos exatos de desenvolvimento da doença ainda não são completamente conhecidos. Os especialistas continuam pesquisando para compreender melhor os processos biológicos envolvidos na formação deste tipo de tumor.
Tratamento
A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Os tumores identificados em fase inicial podem ser tratados com maior eficácia, evitando procedimentos mais invasivos. O tratamento baseia-se principalmente na remoção cirúrgica da lesão, que pode ser parcial ou total (penectomia), associada à linfadenectomia inguinal bilateral (remoção dos gânglios linfáticos da região inguinal). Radioterapia e quimioterapia também podem ser utilizadas em casos específicos.
Os médicos alertam que todas as lesões ou tumorações no pênis devem ser avaliadas por um profissional, especialmente aquelas de evolução lenta que não respondem aos tratamentos convencionais. Se houver qualquer suspeita, recomenda-se procurar imediatamente um especialista, pois quanto mais cedo começar o tratamento, maiores são as chances de cura.
É importante ressaltar que homens não circuncidados apresentam maior predisposição ao desenvolvimento da doença. A vacina contra o HPV faz parte do calendário nacional e está disponível nas mais de 36 mil salas de vacinação em todo o país para meninas de 11 a 13 anos.