Capitão do América, o volante Juninho é muito querido pelo torcedor. No Coelho desde 2016, o jogador é um dos que estão há mais tempo no clube e isso o fez virar um líder para os seus companheiros. Porta-voz do grupo, o atleta, de 34 anos, revelou com exclusividade ao O Tempo Sports como foi a saída do técnico Vagner Mancini na temporada passada para assumir o Grêmio, e como foi o clima com o retorno do comandante americano.
“O Mancini saiu de uma forma que ninguém esperava. Foi tudo muito rápido. Na nossa profissão temos que tomar decisões rápidas. Respeito a decisão que ele tomou, mas eu fiquei chateado porque estávamos em uma sintonia muito boa, é difícil criar isso no futebol", disse o atleta.
"Ele sabe administrar muito bem o grupo, o ambiente. O casamento estava perfeito, tinha tudo para dar certo, e o Mancini sai. A gente nunca sabe como vai ser a mudança, mas graças a Deus deu certo. O Marquinhos é nota 10 e cooperou muito com o clube, ele e toda sua comissão”, completou.
Luta contra o rebaixamento
O reencontro entre América e Mancini, comandando o time gaúcho, aconteceu na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Jogando no Independência, o time mineiro venceu por 3 a 1 o Tricolor, que lutava contra o rebaixamento. Juninho, que marcou o terceiro gol, contou que naquela partida os jogadores do América entraram com tudo para mostrar ao Mancini o que ele deixou.
“Depois, pegamos o Grêmio e usamos isso a nosso favor. Foi um jogo que a gente correu muito e uma das questões foi para mostrar ao Mancini ‘olha o grupo que você tinha na mão’. Agora, ele voltou. Se o trabalho do Mancini não tivesse sido muito positivo, no contexto geral, ele não teria voltado. Eu conhecendo o Salum o Mancini não voltaria pela forma que tudo aconteceu”, destacou Juninho.
Juninho e a confiança de Mancini
Após a derrota para o Avaí na primeira rodada do Brasileiro, Marquinhos Santos foi demitido. Às vésperas do clássico contra o Atlético, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, Mancini voltou ao América e o capitão do Coelho disse que conversou com o treinador sobre a sua saída na temporada passada.
“Quando ele chegou eu fui uma das primeiras pessoas que chamou ele no canto, disse que tinha que resolver uma coisa com ele. Quando o Mancini chegou, ele chamou todo mundo e disse que sabia que tinha muitas pessoas chateadas com ele, e que se estivesse no nosso lugar, também estaria. Na concentração eu falei com ele e expliquei a minha chateação", contou.
Juninho: o líder extrovertido do Coelho
O camisa 8 do América é um dos mais experientes do grupo, que hoje conta com vários garotos. E apesar de parecer sério, Juninho é muito engraçado e isso o ajudou a ganhar a confiança dos mais jovens. Para o volante ser líder é também ajudar aqueles que estão começando, incentivar aqueles que estão apenas começando no mundo do futebol.
“Eu cresci muito como ser humano e a liderança veio naturalmente, eu sou muito brincalhão, toda hora estou envolvido em uma resenha com os meninos. Eu fui criando respeito através disso. Lógico que eu também enxerguei onde eu poderia influenciar, os meninos ouvirem, por ter uma fala que pode, de certa forma, ser mais direta ao clube, aos jogadores, e até a própria diretoria", declarou o capitão do Coelho.
"Às vezes eu falo coisas que eu nem sei de onde veio. Sou um cara temente a Deus e acredito que ser um líder passa muito por isso. Um líder não precisa falar que é um líder, as pessoas é que precisam enxergar ele assim", conclui Juninho.