Dirigentes do Cruzeiro estiveram na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF) na manhã desta quinta-feira (13/2) para terem acesso aos áudios do VAR do clássico com o Atlético, disputado no último domingo (9), no Mineirão. O clube alvinegro, no entanto, não solicitou o conteúdo e também não foi convidado para participar do encontro. 

O Galo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que neste momento não solicitará os áudios e que está focado na semifinal do Campeonato Mineiro. O time comandado pelo técnico Cuca encara o Tombense, no próximo sábado (15/2), às 16h30, no Mineirão, pelo primeiro jogo da fase eliminatória. 

"O clube se manifestará, se entender que deve, no momento oportuno", acrescentou o Atlético. 

O Cruzeiro alega ter sido prejudicado no clássico, principalmente pela não expulsão do zagueiro Lyanco. O defensor do Atlético pisou no braço do atacante Dudu, ainda no início do jogo, mas o árbitro Felipe Fernandes de Lima não foi chamado pelo árbitro de vídeo Rodolpho Toski Marques para revisar a jogada.

Outros dois lances capitais também foram questionados pelo clube celeste na reunião: a expulsão de Gabigol e uma possível falta de Hulk em Fabrício Bruno na origem do segundo gol do Atlético.

Mea-culpa

Após reunião com o CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, a Federação Mineira de Futebol (FMF) emitiu comunicado admitindo erros do VAR Rodolpho Toski Marques no clássico do último domingo (9). 

A Comissão de Arbitragem da FMF entendeu que o árbitro Felipe Fernandes de Lima poderia ter sido chamado para rever os lances na cabine do VAR em duas oportunidades. A pedido do Cruzeiro, Rodolpho Toski Marques não será escalado para as partidas decisivas do estadual. 

Leia a nota da FMF na íntegra

A Federação Mineira de Futebol informa que foi realizada nesta quinta-feira, na sede da entidade, uma reunião com integrantes da diretoria do Cruzeiro Esporte Clube. Participaram da reunião pela FMF, o diretor de competições Gabriel Cunha, o presidente da comissão de arbitragem Márcio Eustáquio Santiago e o Chefe de Gabinete da Presidência, Daniel Las Casas.

O primeiro ponto a ser esclarecido é que, conforme o atual protocolo da Comissão de Arbitragem (CA), os clubes que tiverem qualquer questionamento em relação à arbitragem dos jogos, podem solicitar o acesso aos áudios e vídeos do VAR, o que é feito em reunião realizada diretamente entre a CA e o clube interessado. O objetivo é evitar distorções e/ou edições nos áudios e vídeos dos lances analisados.

Na reunião, foi relatado que o lance envolvendo os atletas Lyanco, do Atlético, e Dudu, do Cruzeiro, foi acidental, na visão da Comissão de Arbitragem. Porém, como o árbitro central da partida não viu o lance no campo, a CA entende que ele poderia ter sido alertado pelo árbitro de vídeo, Rodolpho Toski Marques, para uma análise detalhada e decisão interpretativa por parte do árbitro de campo, Felipe Fernandes de Lima.

Na expulsão do atacante Gabriel Barbosa, a FMF também apresentou as imagens e áudios, em que ficou nítido que o árbitro de campo não argumentou que o atleta Lyanco, do Atlético, estava com a cabeça abaixada. Portanto, o árbitro de vídeo interpretou como agressão e convocou o árbitro de campo para avaliar o lance. Após analisar as imagens na ARA, ele aplicou o cartão vermelho.

No lance do segundo gol do Atlético, em jogada envolvendo Hulk e Fabrício Bruno, a FMF entende que deveria ter sido feita uma análise mais detalhada por parte do VAR, com o uso do zoom.

Ainda esclarecemos que, por conta da renovação da licença do árbitro Igor Junio Benevenuto, que atualmente está em Dubai, a FMF convidou para os jogos do Mineiro SICOOB 2025 os árbitros de vídeo de outro estado, Rodolpho Tosky Marques e Wagner Reway, ambos FIFA, que estão prestando serviços como VAR nos jogos da FMF desde a temporada 2024.

A FMF reforça que a reunião com o Cruzeiro foi transparente, colaborativa e cordial e que, diante das alegações do clube e da avaliação da FMF, o árbitro de vídeo Rodolpho Toski Marques não participará das fases decisivas do Campeonato Mineiro.