Há pouco mais de um ano atrás, o zagueiro Lyanco era anunciado como reforço do Atlético. O anúncio oficial, no dia 5 de julho, marcava o início de uma trajetória que já coloca o defensor na lista de principais lideranças do atual elenco. Jogador de personalidade forte, Lyanco deixou o banco de reservas e se consolidou junto a torcida com as boas atuações em clássicos, mas também em partidas decisivas no histórico recente do clube. 

Desde a chegada, o zagueiro soma 49 partidas com a camisa do Atlético. São quatro gols marcados - sendo dois na final do Campeonato Mineiro deste ano, sobre o América, quando o Galo sagrou-se hexacampeão do estadual. Na plataforma Sofascore, Lyanco tem uma avaliação média de 7,43 pontos na temporada - uma das maiores entre zagueiros na temporada atual. 

Os dados da plataforma mostram que o zagueiro soma 31 desarmes e 59 interceptações na temporada e só 12 dribles sofridos. Na bola área, o defensor tem bons números, com 56 duelos vencidos pelo alto. O estilo combativo, criticado por adversários e celebrado por torcedores, tem seu preço: desde que chegou ao Atlético, Lyanco recebeu 21 cartões amarelos, uma média de 2,3 por partida, e foi expulso de campo em três oportunidades. 

O bom desempenho em campo é retribuído com o carinho de torcedores. Na partida contra o Internacional, a última antes da parada para o Mundial de Clubes, Lyanco não entrou em campo. Contudo, nas redes sociais, o Atlético registrou o 'trabalho' ao ser assediado por diversas crianças atleticanas que acompanhavam o jogo na Arena MRV. Durante a partida, inclusive, o zagueiro foi acionado para fotos com torcedores durante quase todo o tempo.

Polêmicas 

Com a camisa do Atlético, Lyanco viveu algumas polêmicas. As principais delas, talvez, envolvem embates em clássicos contra o Cruzeiro. Após o empate entre as equipes, na pré-temporada realizada nos Estados Unidos, o defensor atleticano provocou Fabrício Bruno, zagueiro celeste. 

- Experiência nada… o mais longe que foi jogar foi aqui em Orlando - provocou o zagueiro em uma publicação que trazia a fala de Bruno em fevereiro. Lyanco foi um dos jogadores que esteve presente nas discussões mais acaloradas que aconteceram durante o clássico. Outra polêmica se deu no clássico válido pelo Campeonato Mineiro, que terminou com vitória de 2x0 do Atlético. 

Lyanco deu um pisão em Dudu, que ainda defendia o Cruzeiro antes de se transferir ao Atlético. Rapidamente o clima esquentou, com o então atacante do cruzeirense partindo pra cima do zagueiro atleticano. Na ocasião, Gustavo Machado, especialista em leitura labial, registrou o bate-boca entre os atletas.

“Você botou a mão, Dudu. Você botou a mão. Botou a mão onde eu ia pisar”, afirma Lyanco, na discussão. Dudu não concorda com a fala do zagueiro e rebate: “Não faz isso, cara, você é um babaca! Seu moleque! Você fez e tá rindo, você é moleque, otário.” Apesar de toda a confusão, o VAR não foi acionado e os dois jogadores seguiram em campo.

Em entrevista após o clássico válido pelo Campeonato Brasileiro, em maio, Lyanco comentou sobre o desempenho nos embates contra o Cruzeiro. “É um time que sempre está ali brigando com a gente em Minas, então é normal que pode acontecer essas coisas. Gosto de jogar aqui, gosto de jogar contra eles também. Já falei isso antes, é uma forma de me fazer concentrar”, disse.

Vai para a seleção? 

Em meio à boa fase no Atlético, Lyanco vive a expectativa de ser convocado para a seleção brasileira. O próprio zagueiro não esconde a ansiedade e desejo em vestir a amarelinha e ser comandado por Carlo Ancelotti. “Estou trabalhando pra isso. Acho que as coisas vão acontecer naturalmente, mas tenho trabalho para isso. Estou focado”, disse o zagueiro do Atlético em entrevista no dia 19 de maio. 

Chegada ao Atlético 

Após ser anunciado pelo Atlético, o jogador disse, à TV Galo, que os gritos de ‘eu acredito’, que marcam a história do Galo, foram um dos motivos para que ele escolhesse vestir a camisa do clube. "Tive outros clubes para fazer a escolha, mas o Atlético foi um clube que eu sempre acompanhei, desde aquilo que ficou marcado da torcida do 'eu acredito', então vem de um carinho antigo. Surgiram muitos outros clubes, mas eu já estava por dentro abraçado com o Atlético. Falei: 'pode surgir o que for, que eu vou para o Atlético'", disse à época.