Ex-atacante do Atlético com muita identificação com o clube, Euller, o “Filho do Vento”, se declarou ao clube atleticano em participação ao GaloCast, da GaloTV, relembrando história envolvendo o Galo, inclusive quando pediu para não enfrentar o clube por medo de ser protagonista de um rebaixamento.

Mineiro de Felixlândia, Euller começou a carreira em 1988, no América. Em 1995, chegou ao Atlético, clube que ele já nutria carinho antes e sonhava em atuar. O primeiro contato com o Galo foi em 1977, e foi marcante. 

“A primeira vez que eu entrei no Mineirão foi para ver Atlético x Flamengo. Ali eu fiquei encantado. Meu ídolo estava em campo, que era o Zico, mas eu olhava era a arquibancada, achava que ia cair com a torcida do Atlético. Aquilo pra mim é algo que chego a arrepiar só de lembrar”, relembrou Euller.

Por coincidência, a história dele como jogador do Atlético começou justamente em um jogo contra o Flamengo. Um amistoso em 1995 marcou a apresentação dos elencos dos dois times. Novato no Galo ao lado de jogadores como Taffarel, ele encarou o Rubro-Negro que vivia seu centenário e apresentava Romário. No fim, melhor para o Filho do Vento.

“Era o centenário do Flamengo, eles todos badalados, Mineirão lotado. Aí eu faço o terceiro gol, o do 3 a 2, da vitória. Eu escuto pela primeira vez meu nome sendo cantado e o apelido também: “Filho do vento! Eu-eu-eu-Euller!”. Quando eu ouvi, não sei nem descrever a emoção. São vários sentimentos unidos”, afirmou.

Para Euller, que se emocionou ao falar do Atlético, foi um privilégio: “Nada acontece por acaso, mas sim por um propósito. Tive esse privilégio. Vestir essa camisa era um propósito. Só tenho a agradecer. Olho para trás e vejo que todo o sacrifício valeu a pena”.

“Não queria ser protagonista de um possível rebaixamento do Atlético”

Euller deixou o Atlético em 1997 para fazer história por Palmeiras e Vasco. Em 2004, estava no São Caetano, que vivia seu grande momento na história. No entanto, a tragédia da morte de Serginho, jogador do clube, no jogo contra o São Paulo, fez o clube do ABC Paulista ser punido com uma perda de 24 pontos no Brasileirão daquele ano.

O ex-atacante citou que a morte de Serginho foi o momento mais triste da carreira. Apesar dos pontos retirados, o São Caetano não brigou para não cair, algo que aconteceu com o Atlético naquele ano. Por coincidência do destino, os times se enfrentaram na última rodada, com o Galo precisando vencer para não ser rebaixado, e o atacante não queria estar em campo.

Euller foi convencido a jogar porque, naquele momento, o São Caetano ainda lutava para reaver os pontos perdidos, o que poderia fazer o time jogar a Libertadores caso isso acontecesse e eles conquistassem os três pontos na última rodada.

Eu não queria ser protagonista de um possível rebaixamento do Atlético. Joguei com a cabeça a mil, pensando “meu Deus, não deixe essa bola vir no meu pé pra eu colocar ela pra dentro”. Eu saí no primeiro tempo, viram que eu não ia me esforçar direito e me tiraram. Pra mim foi marcante porque eu ouvi a torcida do Atlético cantando meu nome mesmo estando em um adversário”, relembrou o ex-atacante.

No ano seguinte, Euller voltou ao Atlético, que, aí sim, foi rebaixado para a Série B. Apesar de ter sido parte desse episódio triste do clube, o ex-atacante destacou que foi um ano de aprendizado para o Galo, que nunca mais repetiu os mesmos erros, como troca constante de treinadores e de jogadores a cada mudança no comando.

Euller pelo Atlético

  • 2 passagens (1995-1997 e 2005)
  • 167 jogos
  • 62 gols
  • Campeão Mineiro 1995