O Atlético ficou aquém do que poderia ter mostrado no clássico contra o Cruzeiro, no empate em 1 a 1. O time alvinegro não fez um bom jogo e se sentiu desconfortável em grande parte da partida.

Pela diferença de qualidade técnica e momento das equipes, esperava-se que o Galo se impusesse sobre a Raposa, mas bastou a bola rolar para ver que o contexto do jogo foi outro.

De um lado, um time mobilizado em fazer do clássico sua virada de chave na temporada. De outro, uma equipe que apostou em sua qualidade, principalmente, individual, já que na questão coletiva o processo ainda está em formação.

É importante ressaltar que o clássico foi apenas o quinto jogo da temporada. Mas para os dois times. Em que pese que o Cruzeiro mudou grande parte do time, a manutenção da filosofia de Pezzolano, uma espinha dorsal com Rafael Cabral, Brock, Oliveira e Neto Moura, além da atmosfera hostil criada pela torcida celeste no Horto, fizeram diferença para a Raposa diminuir o favoritismo alvinegro.

O Atlético viu um adversário que conseguiu anular uma de suas principais características, que é a saída de bola com qualidade. Muitas ligações diretas, que deixaram os atacantes no mano a mano com a defesa adversária dificultaram as chegadas ao ataque com qualidade, seja no toque de bola, seja uma jogada coordenada.

Uma das principais questões táticas que dificultou o trabalho do time de Coudet foi a longa perseguição de Allan no meio-campo para fechar as descidas celestes. De olho em Bruno Rodrigues, Allan teve trabalho para conter o atacante celeste e fechar os espaços de Neto Moura. A Raposa tinha espaço para sair por dentro, já que Edenílson se sobrecarregou tentando ocupar a saída pela direita e auxiliar Allan pelo centro.

Além desse jogo de xadrez entre Pezzolano e Coudet pela ocupação de espaços centrais e a pressão celeste na saída de bola alvinegra, o Atlético penou com as atuações de seus laterais. Mariano (que contribuiu para a falha no gol cruzeirense) e Dodô pouco ou nada produziram ofensivamente e tiveram trabalho na fase defensiva.

Mesmo assim, o Galo perdeu a melhor chance na primeira etapa, quando roubou a bola no meio-campo e após tabela entre Hulk e Pedrinho, Patrick saiu cara a cara com Rafael Cabral e mandou por cima.

No segundo tempo, o Atlético parecia que conseguiria se impor, já que tinha mais posse de bola e colocava o Cruzeiro em seu campo de defesa. Até que um erro conjunto de Mariano e Pedrinho, o Cruzeiro chegou ao gol com a defesa atleticana desguarnecida.

O time alvinegro sentiu o golpe e se desorganizou. A Raposa se fechou e apostou no contra-ataque. Parecia que o Atlético não conseguiria chegar ao empate, já que tinha extrema dificuldade de chegar à intermediária adversária na base do toque.

Mas o Atlético tem Hulk. Um dos melhores jogadores em atividade no Brasil e que atravessa novamente uma fase espetacular. Em uma cobrança de falta magistral, o camisa sete, artilheiro do Campeonato Mineiro, colocou na gaveta de Rafael Cabral para empatar o jogo e aliviar um pouco a frustração atleticana no primeiro clássico do ano.