Nesta sexta-feira, completam-se exatos 10 anos da estreia do goleiro Victor com a camisa do Atlético. Chamado de "santo" pelos torcedores após a campanha da Copa Libertadores de 2013, o até hoje funcionário do clube deixou um legado de comprometimento e amor à camisa, além, claro, de conquistas.

Relembre, abaixo, um pouco de sua história com a camisa do Galo.

Contratação

Revelado pelo Paulista, clube onde conquistou uma histórica Copa do Brasil em 2005, Victor se transferiu para o Grêmio em 2008, quando se firmou como um dos arqueiros da "prateleira de cima" do Brasil. Em 2009, foi convocado para a Seleção Brasileira para a disputa da Copa das Confederações e chamou mais atenção de outros clubes, inclusive do exterior, mas permaneceu em Porto Alegre.

Em meados de 2012, o então presidente do Galo Alexandre Kalil contratou o goleiro, em uma tentativa (acerteira) de suprir uma carência na posição, desde que Diego Alves deixou o time, em 2007. No período, passaram por ali atletas como Giovanni, Carini e Aranha. O anúncio foi feito através do Twitter do mandatário.

Carreira

Ao todo, são 424 jogos de Victor com a camisa do Atlético, entre os anos de 2012 e 2021. Foram 450 gols sofridos, com 205 vitórias, 109 empates e 110 derrotas.

A estreia, há 10 anos, ocorreu em um jogo contra a Portuguesa, pela Série A do Campeonato Brasileiro, no Independência — aquele era o primeiro ano do estádio após a sua reforma, e os clubes de BH jogavam lá enquanto esperavam o Mineirão ficar pronto. A partida terminou com triunfo por 2 a 0, com gols de Marcos Rocha e Leonardo Silva. Mal sabia Victor que naquele gramado seria protagonizado o seu lance mais icônico.

Nas quartas de final da Libertadores de 2013, o Galo precisava segurar um empate por 1 a 1 com o Tijuana. Aos 47 minutos do segundo tempo, o atacante adversário Riascos cobrou um pênalti, mas a bola parou no pé esquerdo do goleiro, passando a ser chamado de "São Victor" a partir daquele dia e se tornou um dos maiores ídolos da agremiação.

Durante esses anos, Victor, além de mostrar seu poder de decisão em alguns lances, foi regular e quase sempre passou confiança aos demais atletas, comissões técnicas e torcedores. Além daquela Liberta, ele conquistou os Campeonatos Mineiros de 2013, 2015, 2017, 2020, 2021 e as inéditas Copa do Brasil de 2014 (em cima do Cruzeiro) e Recopa Sul-Americana daquele ano.

Aposentadoria

Com o avanço da idade a concorrência com Everson e Rafael, o jogador decidiu pela aposentadoria. No dia 28 de fevereiro de 2021, Victor disputou sua última partida, infelizmente, com um Mineirão vazio por conta da pandemia de coronavírus, contra a URT, em vitória por 3 a 0.

Ele foi homenageado após a partida pelo clube, amigos, companheiros de time e torcedores no Gigante da Pampulha, onde deixou sua marca na Calçada da Fama.

Hoje com 39 anos, Victor Bagy ocupa a função de gerente de futebol do Atlético, permanecendo em contato direto com o esporte profissional.