A expulsão relâmpago do atacante Rafa Silva, determinante na derrota, neste sábado (26), para o Athletico-PR por 3 a 0, acarretou ao jogador uma multa severa, conforme anunciado pelo CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, ainda no estádio Ligga Arena, em Curitiba.

"É inadmissível o que aconteceu. Essa gestão, encabeçada pelo nosso presidente Pedro Lourenço, não aceita isso. Então estamos comunicando uma multa severa, no que a lei permite, e vamos aguardar os próximos passos", salientou o dirigente.

A demora (mais de uma hora) para a entrevista coletiva do treinador Fernando Diniz gerou muita expectativa entre os jornalistas, especialmente pelo fato de vários jogadores se recusarem a falar com a imprensa.

O técnico surgiu na sala do Ligga Arena ao lado de Mattos, que revelou uma longa conversa com os jogadores no vestiário, em que foi dito que o "Cruzeiro é uma coisa muito séria, cumpre tudo aquilo que é combinado e exige, acima de tudo, profissionalismo".

O CEO do Cruzeiro também aproveitou para falar sobre o momento delicado que o time está passando, com Diniz sem saber ainda o que é vencer após seis partidas. "Entendo toda ansiedade dos cruzeirenses, mas seria muito improvável fosse diferente", analisou.

Ele lembrou que entrou no clube há cinco meses, junto com Lourenço, dono da SAF, e salientou que hoje o trabalho principal que tem sido feito é em relação à mentalidade.

"A maior dificuldade nossa é tirar de lá aquele pensamento de 2019, de um Cruzeiro que não participa dos principais campeonatos. Tirar isso não é fácil, demanda tempo", destacou Mattos.

"Desde o primeiro dia, queríamos mudar novamente o patamar, cuidando dos mínimos detalhes", frisou, citando a ausência dos troféus e quadros referentes aos títulos conquistados, como Libertadores, Copa do Brasil e série A do Brasileiro.

"Fui logo perguntando cadê os troféus, cadê o quadro da disputa do Mundial com o Bayern? Não tinha nada. Tinha o troféu da série B, mas, com todo respeito, vamos guardar", criticou, referindo-se à SAF comandada por Ronaldo.

Mattos também defendeu a escolha de Diniz, que vem sendo muito criticado pela torcida. "Ele faz treinos de duas, três horas de duração. Dar certo ou errado é coisa do futebol. É da vida", afirmou.

Para ele, é fundamental que entendam "o processo que estamos vivendo, reerguendo o pensamento e retirando o que estava empacando a equipe, como um todo, há cinco anos".

"Não serão cinco meses que vamos conseguir mudar o clube. Mas não faltará amor e dedicação para isso. Tem que entrar sabendo que irá dar a vida lá dentro.Se não, vai sair", alertou.